Brasil ao Cubo: construtech aposta na agilidade e tem crescimento exponencial

Grasiele Hoffmann

Escrito por Grasiele Hoffmann

29 de agosto 2022| 11 min. de leitura

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Brasil ao Cubo: construtech aposta na agilidade e tem crescimento exponencial

A alta taxa de desperdícios e a falta de agilidade nos processos são problemas já bastante diagnosticados no setor da construção civil. Um levantamento da Transparency Market Research estima que, em 2025, o desperdício de materiais na construção civil deve chegar a 2,2 milhões de toneladas. Foi a partir desse contexto que o engenheiro Ricardo Mateus fundou, em 2016, a Brasil ao Cubo.

Aliando tecnologia, inovação e profissionais capacitados, a empresa surgiu com a missão de proporcionar soluções para obras mais ágeis, eficientes e sustentáveis. Com uma atuação distribuída pelo território nacional, a Brasil ao Cubo é uma construtora que se especializou em quatro segmentos. São eles:

  • Industrial
  • Residencial
  • Hospitalar
  • Edifícios

Diante dessa variedade, o denominador comum que explica o sucesso da Brasil ao Cubo é a agilidade. Henrique Blasius Machado, coordenador de marketing da construtora, explica: 

“Em todos os quatro segmentos, utilizamos diversas técnicas construtivas sob um mesmo DNA: Soluções Construtivas Ágeis”. 

Soluções da Brasil ao Cubo: cada caso é um caso

A atuação da Brasil ao Cubo é frequentemente associada à técnica modular volumétrica, que reduz o tempo de obra e o uso de materiais. Contudo, Machado explica que a construtora não se restringe a esse procedimento, buscando a melhor opção para cada empreendimento:

“Muitas pessoas nos conhecem pelo modular volumétrico, mas este não é o único método construtivo que utilizamos. Para cada projeto, encontramos a melhor solução técnica, e, para isso, contamos com nosso núcleo técnico de 100 engenheiros e arquitetos para desenvolver e executar as mais distintas obras. De indústrias a hospitais, de residências a edifícios”.

A atuação da Brasil ao Cubo leva em conta todas as fases de execução dos projetos, do início ao fim. Todas as obras são projetadas, compatibilizadas, planejadas e executadas da infraestrutura ao acabamento final. Para isso, a empresa conta com um time de mais de mil colaboradores distribuídos pelo país. 

Edifício Level: um marco da engenharia brasileira

Brasil ao Cubo: Edifício Level, em Tubarão (SC)
Edifício Level, em Tubarão (SC). Imagem: Divulgação Brasil ao Cubo

Em 2021, a Brasil ao Cubo utilizou sua expertise de construção modular off-site para fabricar e instalar um prédio de oito andares em apenas 100 dias. 

A velocidade da construção do edifício Level, localizado na cidade de Tubarão, em Santa Catarina, impressiona. Foram 80 dias dedicados à fabricação dos módulos e 20 dias focados na instalação das estruturas. O empreendimento soma, aproximadamente, 3,3 mil m².

Esse prazo só foi possível porque quase a totalidade da edificação foi feita no parque fabril da construtora – ou seja, fora do canteiro de obras. Em seguida, os módulos foram transportados até o local e, então, acoplados sobre a fundação.  

Além da rapidez, a metodologia usada para construir o edifício Level apresenta benefícios sustentáveis. Esse processo reduz drasticamente o uso de água no processo de fabricação das estruturas. O uso do aço também diminui em até 10 vezes o descarte de materiais, em comparação à utilização do tradicional concreto armado. 

Brasil ao Cubo: sucesso em fase de crescimento

O uso de soluções construtivas ágeis não acelera somente a velocidade de entregas das obras, mas também o crescimento da BR3. Henrique Blasius Machado ilustra essa evolução em números: 

“Em total de vendas, no ano de fundação, a empresa obteve R$ 100 mil reais, seguido com R$ 2 milhões em 2017 e R$ 6 milhões em 2018. Em 2019, com a entrada de sócios estratégicos e início da atuação no segmento industrial, tivemos um crescimento exponencial, atingindo R$ 71 milhões em vendas e R$ 200 milhões em 2020. Já em 2021, mais que dobramos os números de vendas do ano anterior: R$ 471 milhões”.

Em 2020 , o potencial da Brasil ao Cubo foi reconhecido pelo mercado. A Gerdau, por meio da Gerdau Next, realizou um aporte de R$ 60 milhões por 33% da BR3. Em janeiro de 2022, um segundo investimento, desta vez da DX Ventures, fundo para investimentos em startups e scale-ups da Dexco, pagou R$ 74 milhões por 13% da empresa

Recepção do mercado

A trajetória da Brasil ao Cubo ajuda a impulsionar o setor em prol da industrialização. O mercado da construção civil já identificou que precisa ser mais receptivo a soluções inovadoras que aumentem a eficiência das obras. 

“A industrialização está crescendo. Mesmo com custos atuais acima de métodos tradicionais, há nichos em que métodos industrializados já fazem sentido”, argumenta Machado. “Por exemplo, em ambientes de alta complexidade – como portos, indústrias e mineradoras – onde há uma alta burocracia, retirar processos do local faz muito sentido”. 

Essa jornada, contudo, está só começando. “Ainda há um longo caminho até a consolidação de sistemas industrializados em diferentes tipos de obras. O mercado ainda precisa amadurecer e um dos pontos é entender que não existe uma única solução para tudo”, aponta. 

O portfólio de projetos executados pela Brasil ao Cubo já conta com clientes importantes, como Ambev, Suzano, Vale e Hospital Albert Einstein.

Soluções variadas

Os processos da construção civil são complexos e singulares. Não há solução universal. A Brasil ao Cubo entende que diferentes problemas requerem diferentes soluções. Os novos métodos não surgem para tomar o lugar dos métodos tradicionais, mas sim para ampliar o leque de opções. 

Henrique Blasius Machado exemplifica: “a alvenaria pode ser o método mais eficiente para determinados casos e, em outros, soluções com alto nível de industrialização, como o sistema modular volumétrico”. 

Segundo ele, várias técnicas podem coexistir em uma mesma obra. “Não vemos a industrialização matando a alvenaria, mas a substituindo onde ela é mais eficiente”.

Hospitais construídos em tempo recorde no combate à pandemia

Hospital Municipal M’Boi Mirim
Expansão do Hospital Municipal M’Boi Mirim: obra foi entregue 7 dias antes do prazo original. Imagem: Divulgação Brasil ao Cubo

Durante a pandemia de covid-19, a demanda por leitos hospitalares explodiu de forma que surgiu a necessidade de construir novas instalações com rapidez, para atender as pessoas adequadamente. A capacidade que a Brasil ao Cubo tem para entregar obras com agilidade e qualidade resultou em uma grande contribuição para lidar com essa situação. 

Nesse período, a construtora ficou a cargo de sete obras hospitalares. Em média, a execução de cada um desses projetos, desde o início dos projetos até a entrega para os clientes, foi de somente 33 dias. Diferentemente do que esses prazos poderiam sugerir, essas instalações não são temporárias, e seguirão atendendo pacientes do SUS mesmo com o arrefecimento da pandemia. 

Machado conta como foi o processo para a execução dessas obras: “nos hospitais, nosso corpo técnico estudou e desenvolveu os projetos e o planejamento buscando a melhor maneira para entregar as obras, com qualidade e dentro do prazo emergencial que aquele momento da pandemia exigia”. 

A equipe concluiu que a melhor solução seria utilizar módulos volumétricos, que chegariam ao local já com acabamento e infraestrutura prontos. “Alguns acabamentos externos da fachada, com estrutura metálica parafusada, foram montados no local, com as peças e painéis chegando prontos para a montagem”, conta. 

Presente e futuro da Brasil ao Cubo

Atualmente, a Brasil ao Cubo está avançando no segmento residencial, onde atua em empreendimentos de focados em duas modalidades:

  • Projetos 100% personalizados: residenciais de alto padrão, geralmente com área total acima dos 700 m², em que o conceito é desenvolvido pelos arquitetos contratados pelos clientes.
  • Projetos já definidos, com níveis de personalização: a construtora disponibiliza modelos de residências já definidos, com elementos personalizáveis e áreas entre 200m² e 400m². Essa modalidade está em fase de desenvolvimento, com previsão de lançamento no início de 2023.

Machado explica que “os modelos estarão aptos a adequar-se a diferentes terrenos, podendo ser entregues em todas as regiões do país. Os ambientes e áreas já foram definidos pelos nossos arquitetos, trazendo a melhor otimização, design e conforto. E claro, abriremos um amplo leque de opções para os clientes escolherem os acabamentos e revestimentos”.

Atualmente, a Brasil ao Cubo está com dois projetos residenciais em fase de execução das obras. São elas: uma residência no jardim paulistano, bairro da capital paulista, com 700 m² e prazo contratual de 8 meses, e outra em Paraty-RJ, com 1500m² e um desafiador prazo de 6 meses.

“Para se ter uma ideia, comparado ao modelo tradicional, um projeto como este em Paraty levaria, em média, 18 a 24 meses para ser concluído”, explica Machado. Ele ainda conclui: “Além de projetos unifamiliares, em breve teremos novidades para o segmento residencial multifamiliar, com edifícios de múltiplos pavimentos de até 15 andares”.

Projeto em andamento de residência com 700 m² realizado pela Plus Arquitetura.
Projeto em andamento de residência com 700 m² realizado pela Plus Arquitetura. Imagem: Divulgação Plus Arquitetura

Brasil ao Cubo na Plenária do Construsummit 2022

O fundador da Brasil ao Cubo, Ricardo Mateus, é um dos palestrantes da Plenária do Construsummit, que será realizado nos dias 14 e 15 de setembro, em Florianópolis. Ricardo se apresenta no dia 15/09 e fala sobre como a industrialização gera excelência operacional e redução de prazos em diferentes tipologias de obra.

Ricardo Mateus, da Brasil ao Cubo, no Construsummit 2022

Para saber mais sobre o Construsummit e conferir a programação completa, acesse o site do evento