Abrindo oficialmente o calendário nacional da Construção Civil e Arquitetura, a FEICON 2025 mais uma vez se consolidou como um dos principais encontros do setor. Realizada entre os dias 08 e 11 de abril, no São Paulo Expo – SP, a feira reuniu os maiores players do mercado, proporcionando um ambiente completo para negócios, networking, lançamentos e muita inovação.

Com a exposição de produtos que vão desde acabamentos até estruturas, instalações e soluções para áreas externas, a FEICON é reconhecida por ditar tendências, apresentar novas tecnologias e oferecer uma grade de conteúdo técnico de alto nível. 

Profissionais de todas as pontas da cadeia — como varejistas, distribuidores, engenheiros, construtores, arquitetos e incorporadores — marcaram presença para se atualizar e encontrar as melhores oportunidades para seus negócios.

O Sienge esteve novamente presente, apresentando todas as soluções do seu Ecossistema da Construção Civil e, neste artigo, reunimos os principais insights do evento para que você não fique de fora. Confira!

BAIXE O CONTEÚDO COMPLETO: Kit de destaques da FEICON 2025 – vídeos, palestras e lançamentos, tudo em um só lugar!

Construção 4.0 e industrialização: a inovação que está redefinindo o canteiro de obras

No primeiro dia de evento, a inovação foi tema principal. Com palestras, painéis e demonstrações práticas, a FEICON 2025 abriu espaço para discussões estratégicas sobre industrialização, inteligência artificial e a consolidação da Construção 4.0. Vamos ver em mais detalhes alguns dos principais pontos discutidos sobre esses assuntos na feira.

Industrialização

A industrialização da Construção Civil foi apontada como uma das principais estratégias para elevar a produtividade e reduzir desperdícios nos canteiros de obra. Foram apresentadas diversas soluções voltadas para sistemas construtivos industrializados, como o uso de pré-fabricados, estruturas modulares e painéis de concreto. 

Essa abordagem vem sendo cada vez mais adotada por construtoras que buscam padronização, redução de prazos e maior previsibilidade de custos. O foco está em transformar o canteiro em um ambiente mais controlado e eficiente, seguindo o modelo de produção da indústria manufatureira.

Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial (IA) foi outro tema central nas discussões de inovação. Com aplicações práticas já em curso no setor, a IA está transformando a forma como dados são coletados, analisados e utilizados para tomada de decisão em projetos de Construção Civil. 

Durante a feira, foram apresentadas ferramentas que utilizam algoritmos para prever atrasos, otimizar cronogramas, fazer simulações de desempenho e até identificar riscos em tempo real com base em históricos de obras anteriores. Empresas que não se adaptarem a esses novos métodos de trabalho ficarão desatualizadas no mercado.  

Construção 4.0

A chamada Construção 4.0 foi amplamente debatida como a integração definitiva entre tecnologia digital, automação e processos construtivos. Inspirada nos conceitos da Indústria 4.0, essa abordagem busca digitalizar todas as etapas da cadeia da Construção Civil — do projeto ao pós-obra — criando um fluxo contínuo de informações. 

Na FEICON 2025, soluções como BIM (Building Information Modeling), IoT (Internet das Coisas), sensores para monitoramento em tempo real e plataformas de gestão integrada foram apresentadas como pilares dessa transformação. Falaremos mais sobre eles mais adiante.

Tecnologia e dados estratégicos: a base da nova era da Construção

Se a inovação tem sido o motor da transformação no setor, a tecnologia e o uso estratégico de dados tem sido o combustível. Na FEICON 2025, diversas soluções, nacionais e internacionais, chamaram a atenção dos visitantes.

Ferramentas como BIM, fotogrametria, laser scanning, gêmeos digitais e análise de dados estão redesenhando a forma como projetos são concebidos, executados e gerenciados. A seguir, destacamos algumas dessas tecnologias que prometem acelerar a digitalização do setor.

BIM 

O BIM segue firme como um dos pilares da digitalização na Construção Civil. Mais do que uma simples representação 3D, o BIM permite a criação de modelos virtuais ricos em informações, integrando dados de projeto, planejamento, execução e manutenção.

O grande diferencial do BIM está na sua capacidade de prever interferências, reduzir retrabalhos e otimizar a comunicação entre todos os envolvidos no projeto. Para construtoras e incorporadoras, o uso do BIM integrado a sistemas como os do Sienge representa uma evolução na governança de obras, permitindo maior controle de custos e prazos desde a concepção até a entrega final.

Estande do Sienge na FEICON, apresentando soluções de gestão para o setor da construção e atraindo a atenção do público.
Estande do Sienge na FEICON 2025

Fotogrametria

A fotogrametria foi destaque como uma solução acessível e eficiente para o mapeamento e monitoramento de terrenos e obras em andamento. Utilizando drones com câmeras de alta resolução, a tecnologia permite capturar imagens aéreas que são processadas para gerar modelos topográficos detalhados e ortofotos georreferenciadas.

Na prática, isso significa mais precisão no planejamento de movimentações de terra, controle do avanço da obra e geração de relatórios visuais com agilidade. Muitas construtoras já vêm utilizando a fotogrametria para acompanhar o progresso físico da obra, validar medições e alimentar dashboards de desempenho — uma prática que ganha ainda mais valor quando integrada a sistemas que centralizam essas informações.

Laser scanning

Outra tecnologia que chamou a atenção foi o laser scanning, especialmente em obras de grande porte ou intervenções em estruturas existentes. Com o uso de escaneamento a laser, é possível capturar milhões de pontos em poucos minutos, gerando nuvens de pontos 3D extremamente precisas que representam fielmente o espaço real.

Essa solução tem aplicações diretas no levantamento de edificações, verificação de conformidade de obra e apoio à modelagem BIM. Com a técnica, erros de medição são praticamente eliminados, o que resulta em projetos mais seguros e bem executados. 

Gêmeos digitais

Os gêmeos digitais, ou digital twins, vêm se consolidando como uma das inovações mais promissoras para a gestão de ativos na Construção Civil. Trata-se da criação de uma réplica digital da obra que reflete em tempo real o comportamento físico e operacional do ativo, desde a construção até a fase de uso e manutenção.

Na FEICON 2025, diversos fornecedores apresentaram soluções que permitem integrar sensores IoT, modelos BIM e dados de campo para alimentar o gêmeo digital de um empreendimento. Isso permite que construtoras e incorporadoras monitorem desempenho, prevejam falhas e planejem manutenções com mais eficiência. O conceito reforça a importância da integração entre dados e tecnologia como diferencial competitivo.

Análise de dados

A análise de dados foi tratada como um dos principais pilares para a profissionalização da Construção Civil. A coleta de dados em campo, a centralização dessas informações em plataformas de gestão e o uso de indicadores de desempenho estão transformando a maneira como os gestores enxergam suas obras e negócios.

O destaque está no uso de ferramentas que permitem transformar dados brutos em decisões estratégicas. Dashboards personalizáveis, KPIs automatizados e relatórios inteligentes ajudam a antecipar problemas e otimizar processos.

Como conquistar crédito: governança, sustentabilidade e diferenciais competitivos

A captação de crédito também foi um dos temas centrais da FEICON 2025, abordada com foco em estratégia, gestão e diferenciais competitivos. Em um cenário exigente, conquistar financiamento vai muito além da viabilidade técnica: é preciso apresentar garantias, controlar riscos e mostrar valor agregado ao investidor.

Sustentabilidade, governança e clareza nos dados passaram a ser critérios decisivos. Empresas bem estruturadas, com processos auditáveis e uso de plataformas de gestão, têm mais chances de acessar recursos com melhores condições.

Garantias e riscos do projeto

Para viabilizar a captação de crédito, é essencial apresentar um projeto com garantias sólidas e uma leitura clara dos riscos envolvidos. Isso envolve documentos e certidões, um plano de negócios estruturado, cronogramas realistas e uma análise detalhada da viabilidade econômica

A credibilidade da empresa, sua reputação no mercado e a qualidade dos empreendimentos anteriores também contam muito na hora de buscar recursos. Os especialistas destacaram a importância de construir argumentos que mostrem as vantagens competitivas do projeto, como localização, público-alvo definido, diferenciais construtivos e retorno projetado. 

Sustentabilidade

A sustentabilidade também foi apontada como um fator decisivo na hora de captar recursos. Projetos que buscam certificações como LEED, EDGE ou AQUA-HQE demonstram compromisso com práticas ambientalmente responsáveis e tendem a ter melhor avaliação por bancos e investidores institucionais. A preocupação com eficiência energética, uso racional de recursos e impacto ambiental já deixou de ser diferencial — agora, é quase uma exigência para empreendimentos que buscam financiamento.

Na FEICON 2025, diversos especialistas reforçaram que a adoção de práticas sustentáveis pode abrir portas para linhas de crédito específicas, com condições mais atrativas e juros menores. Além disso, há um ganho importante de imagem para a marca da construtora, que passa a ser vista como alinhada às expectativas do novo consumidor e aos princípios ESG (ambiental, social e governança). 

Governança 

E por falar nisso, outro ponto decisivo para o sucesso na captação de crédito é a governança corporativa. Empresas com processos bem definidos, gestão financeira organizada e transparência nos relatórios têm muito mais facilidade para acessar recursos junto a instituições financeiras. Durante a feira, a mensagem foi clara: quem estrutura e audita seus processos tem mais credibilidade e, consequentemente, mais acesso ao mercado de capitais.

O uso de plataformas de gestão foi apontado como aliado fundamental nesse cenário, pois permite centralizar informações, manter históricos organizados, gerar relatórios confiáveis e apoiar auditorias.  

BAIXE GRÁTIS: Checklist de Captação de Crédito para Construção

Profissionais do futuro: IA, automação e qualificação como alavancas da produtividade

A produtividade na Construção Civil está diretamente ligada à capacidade de formar, reter e adaptar profissionais. Na FEICON 2025, a discussão sobre mão de obra ganhou espaço, especialmente diante do avanço da automação, da inteligência artificial e da industrialização. 

O cenário aponta para uma combinação essencial entre tecnologia e capacitação humana: o futuro será dos profissionais que souberem operar, interpretar e evoluir com as novas ferramentas. A seguir, destacamos os principais pontos debatidos sobre o tema.

Inteligência artificial vai substituir pessoas?

Essa foi uma das perguntas mais ouvidas durante os painéis da feira — e a resposta veio clara: não, a inteligência artificial não vai substituir o ser humano. Mas o profissional que souber trabalhar com ela certamente terá vantagem. A IA está assumindo tarefas repetitivas, análises de dados e previsões, liberando os profissionais para focar em decisões estratégicas, criatividade e coordenação de equipes, por exemplo.

O desafio agora é aprender a usar essas ferramentas a favor da produtividade. Seja no planejamento, na orçamentação ou no acompanhamento de obras, o uso de IA tem potencial para transformar a rotina dos canteiros e dos escritórios técnicos. Profissionais que dominarem essas tecnologias tendem a ocupar posições mais valorizadas.

Disputa acirrada por profissionais

A escassez de mão de obra qualificada continua sendo um gargalo para o setor, e a previsão é que essa tendência se mantenha nos próximos anos. Mesmo com a retração em alguns segmentos, a Construção Civil segue em expansão em áreas como infraestrutura e habitação popular, e isso exige equipes bem preparadas.

A disputa por profissionais qualificados, especialmente mestres de obras, engenheiros de produção, técnicos em edificações e gestores de projetos, tem forçado empresas a rever estratégias de contratação e retenção. Na FEICON, falou-se muito sobre a importância de investir em benefícios, planos de carreira e capacitação contínua como diferencial.

Equipamentos não tripulados

Máquinas autônomas, drones e robôs de demolição já fazem parte da realidade dos canteiros mais avançados. Esses equipamentos não tripulados são exemplos claros da industrialização da Construção Civil, trazendo mais segurança, precisão e eficiência para atividades que antes dependiam exclusivamente da força humana.

A introdução dessas tecnologias não elimina empregos, mas muda a natureza do trabalho. Profissionais que atuam com esses equipamentos precisam desenvolver novas habilidades, como operação remota, interpretação de dados e manutenção de sistemas automatizados.  

Capacitação profissional 

A capacitação foi apontada como o caminho mais eficiente para aumentar a produtividade e reduzir a escassez de mão de obra no setor. Cursos técnicos, treinamentos, parcerias com instituições de ensino e plataformas digitais de aprendizagem estão ganhando protagonismo no planejamento das construtoras e incorporadoras.

Além disso, a utilização de tecnologias na formação de profissionais (como simulações de orçamento, planejamento digital e gestão integrada de obras) tem contribuído para preparar equipes mais alinhadas com as exigências atuais do mercado. 

Índice de Demanda Imobiliária (IDI): onde estão as maiores oportunidades do mercado

Outro destaque da FEICON 2025 foi a apresentação do Índice de Demanda Imobiliária (IDI), uma ferramenta lançada em 2024 pelo Ecossistema Sienge e CV CRM, com metodologia do Grupo Prospecta e parceria da CBIC. O objetivo do IDI é medir a atratividade das cidades para novos projetos imobiliários, destacando aquelas com maior demanda por moradias. 

O índice analisa a atratividade de 77 cidades brasileiras para novos empreendimentos, com base em dados reais de transações anonimizadas e informações oficiais. Em 2025, o IDI trouxe uma novidade importante: o recorte específico da cidade de São Paulo — o maior e mais dinâmico mercado imobiliário da América Latina. Assim, o índice se torna ainda mais relevante para incorporadoras, construtoras e também para o setor público.

Cadastre-se e confira o relatório IDI completo gratuitamente.

Conclusão

A FEICON 2025 mostrou que a Construção Civil está passando por uma mudança de mentalidade — e não apenas de ferramentas. O setor começa a entender que tecnologia, dados, sustentabilidade e gestão não são mais tendências futuras, mas requisitos do presente.

Ficou claro que quem quiser crescer nos próximos anos vai precisar unir estratégia, qualificação da equipe e uma visão mais conectada com o mercado e com o investidor. Desde o uso de inteligência artificial até a disputa por mão de obra, os temas discutidos na feira apontam para um caminho onde inovação e eficiência precisam andar juntas.

Mais do que nunca, o desafio não é só construir, mas construir melhor, com mais controle, menos desperdício e mais inteligência em cada etapa do processo. 

A próxima FEICON já tem data marcada: 07 a 10 de abril de 2026, também na São Paulo Expo, em São Paulo capital. O Sienge, mais uma vez, estará marcando presença. Nos vemos lá?

Leia mais: Eventos da Construção Civil em 2025