• Engenharia de Custos é fundamental para o sucesso dos negócios imobiliários, ajudando na gestão financeira e planejamento das obras
  • Atua desde a estimativa de custos até o acompanhamento da execução do empreendimento
  • Importante para evitar problemas como baixa qualidade dos serviços, atrasos, aditivos contratuais e ações judiciais que podem levar a prejuízos

Um dos maiores sonhos de todo construtor ou engenheiro é que a sua obra seja concluída exatamente conforme o orçamento e os prazos planejados. Saber o que é Engenharia de Custos, além de como ela ajuda essa meta, deixa tudo mais fácil e você pode evitar imprevistos desagradáveis para garantir a rentabilidade dos seus empreendimentos. 

Porém, o fato é que o estouro nas contas e atrasos são uma rotina da Construção Civil no Brasil. As consequências são muito graves, comprometendo a credibilidade e desequilibrando as finanças das empresas. 

Mas para se manterem competitivas e crescer é imprescindível que as empresas sejam bastante eficientes na sua gestão financeira e planejamento. 

Como conseguir isso? 

A resposta passa pelo investimento na expertise da Engenharia de Custos. Continue a leitura e vamos lhe mostrar como ela pode contribuir muito para o sucesso do seu negócio. 

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O que é Engenharia de custos 

A Engenharia de Custos tem como sua atribuição mais óbvia, que o próprio nome identifica, fazer toda a estimativa do custeio da obra ou serviço onde está envolvida. Normalmente, associa-se essa atividade à elaboração do orçamento. 

Porém, o trabalho do engenheiro de custos vai muito além do orçamento, ele atua em toda a gestão financeira dos empreendimentos. É importante que você tenha clareza disso, para saber utilizar todo o potencial dessa área da engenharia em benefício da sua empresa. 

“Esta é a área da engenharia na qual princípios, normas, critérios e experiência são utilizados para resolução de problemas de estimativa de custos, avaliação econômica, de planejamento e de gerência e controle de empreendimentos”. A definição é do engenheiro Paulo Roberto Vilela Dias, em seu livroEngenharia de Custos Metodologia de orçamentação para obras civis”. 

Na verdade, a Engenharia de Custos participa desde o início do empreendimento, em colaboração com os demais setores, para garantir a sua viabilidade técnica e econômica. 

Ok, mas como ela faz isso: 

Entre outras coisas, faz a previsão completa dos gastos necessários, aponta as alternativas mais viáveis, contribui com o planejamento, alerta para possíveis riscos, aponta o investimento necessário e também acompanha a execução do empreendimento. 

Qual é a importância da Engenharia de Custos? 

Estamos falando de algo de vital importância para a análise correta da viabilidade de um empreendimento. Inclusive com projeção do preço de venda, por exemplo. 

A orçamentação, quando mal elaborada, pode trazer informações incompletas sobre todas as fases da obra tornando impossível que o empreendimento consiga estabelecer metas orçamentárias, quantificar serviço e materiais. 

Por outro lado, um orçamento assertivo e confiável faz com que o gestor consiga otimizar todo o processo de estimar os custos do empreendimento, diminuindo os riscos futuros enormemente. 

É possível dizer que, quando o trabalho do engenheiro de custos, dos orçamentistas e planejadores não é bem realizado, as ameaças são consideráveis. Entre elas, destacamos: 

  • Baixa qualidade dos serviços; 
  • Atrasos ou paralisações de obra; 
  • Aditivos contratuais, recursos e ações judiciais que podem levar a prejuízos. 

A importância da Engenharia de Custos é tamanha que em 2017 foi publicada a Lei 13.453 que tornou 27 de maio o Dia Nacional do Engenheiro de Custos. O objetivo dessa iniciativa é valorizar, ainda mais, este ramo da profissão. 

Objetivos e atividades da Engenharia de Custos 

O Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (Ibec) reforça que um dos principais objetivos dessa atividade é chegar a cronogramas e orçamentos precisos. “Porém, ela vai além disso e ajuda a gerenciar recursos e apoiar a tomada de decisões”. 

Neste sentido, o Ibec explica que a atividade abrange vários aspectos relacionados aos custos de projetos de engenharia, especialmente: 

  • Estimativa de gastos: É o cálculo da expectativa de custo de um projeto de acordo com os padrões definidos pelos clientes. 
  • Análise econômica: É uma previsão de como estará o mercado e a saúde financeira de uma empresa durante a execução de um projeto. 
  • Elaboração de orçamento: Envolve o levantamento detalhado de todos os custos de um projeto para a elaboração de um documento que deve ser entregue ao cliente e aos gestores da obra. 
  • Controle de mudanças: Mesmo que o orçamento e o planejamento tenham sido impecáveis, há sempre imprevistos. Por isso, é importante controlar as mudanças que devem ser feitas durante um projeto e calcular o seu impacto econômico. 
  • Análise de risco: É um procedimento que avalia os riscos financeiros de cada etapa de um projeto. Por exemplo, é possível que determinado insumo, como o diesel, tenha uma elevação inesperada por uma crise no fornecimento de petróleo. Um engenheiro de custos deve, portanto, elencar os riscos mais prováveis e como eles vão mudar o cenário do projeto. 

No que diz respeito aos custos, propriamente, cabe aos engenheiros da área preverem as inversões necessárias para execução dos projetos em itens como: 

  • Pessoal: salários, encargos sociais, benefícios e vale-transporte; 
  • Materiais: fornecimento e impostos (IPI e ICMS); 
  • Equipamentos: fornecimento e impostos – IPI, ICMS, Importação; 
  • Taxas e seguros: Crea, Licença, e Seguro de Vida, Predial, Automotiva e Garantia de Obras; 
  • Transportes 

Para realizar essas tarefas, o engenheiro de custos precisa de uma formação multidisciplinar, dominando conhecimentos de economia, administração, direito e gestão de projetos, dentre outros. 

Também conta com o auxílio de tecnologias avançadas como o Sienge Plataforma, que ajudam construtoras e incorporadoras a realizar uma gestão eficiente de seus projetos. E existem soluções específicas para cada necessidade, que se conectam ao seu ERP, como o Sienge eCustos para orçamento e a Prevision Gestão de Custos.  

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Definição do investimento necessário 

O orçamento de uma obra é a primeira etapa do trabalho da Engenharia de Custos, quando se define o investimento necessário para realizar o projeto. Isso leva à decisão se o projeto é viável ou não, o seu possível lucro e margem de rentabilidade que pode obter. 

Também relaciona os pontos onde é preciso maior atenção quanto aos insumos e serviços, na etapa de execução das atividades. 

Isto é, prever e gerenciar os custos é uma das tarefas mais complexas que pode haver para os empreendedores e demais responsáveis pelos projetos. 

Mas o problema não termina na estimativa das despesas. Depois é necessário gerenciá-las à medida que acontecem, para confirmar se as expectativas estão se concretizando, dentro das margens aceitáveis de erro. 

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Cálculo do BDI 

Uma tarefa crucial da Engenharia de Custos ao elaborar o orçamento é o cálculo do BDI ou Benefícios e Despesas Indiretas. Você deve estar querendo saber por que ele é tão importante assim. Aqui vai a explicação. 

Acontece que o BDI ajuda a compor o preço de venda mais adequado, levando em conta todos os custos indiretos. Somado ao custo direto de um empreendimento, ele permite apurar o seu custo total. 

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Assim, num orçamento nós temos: 

  • Custos diretos: são aqueles que ocorrem especificamente por causa da execução do serviço do orçamento em questão, isto é, mão de obra, materiais e equipamentos. 
  • Custos indiretos: são os que não são incorporados ao produto final, mas contribuem para a formação do custo total, entre eles: 
    – Administração Central da Empresa; 
    – Custo financeiro do contrato; 
    – Seguros; 
    – Garantias; 
    Tributos sobre a Receita. 

Desta forma, o BDI ajuda as empresas a garantirem um custo global aceitável, a cobrir as despesas da administração central, custos financeiros, impostos, garantias, seguros, tributos e também a margem de incerteza. 

Provavelmente, você deve estar querendo saber como se chega a este indicador financeiro. 

Na realidade, existem muitas formas de calcular o BDI, sendo uma das mais utilizadas esta que é sugerida pelo Ibec: 

BDI = ([( 1 + AC + CF +S +G + MI) -1] x 100) / 1 – (TM + TE +TF +MBC) 
Sendo: 
AC – Administração central: É o rateio do custo da sede das obras da construtora. Varia de 7% a 15% (empresas com grande faturamento anual) e de 10% a 20% (empresas com pequeno faturamento anual). 

CF – Custo Financeiro: Varia, principalmente, em razão das condições de medição e pagamento preconizadas no contrato, bem como o programa de desembolso verificar a necessidade de incluir o custo financeiro. 

S – Seguros: Representa os custos referentes aos seguros previstos no contrato ou não, por exemplo: performance bond, garantia de execução contra terceiros etc. 

G – Garantias: Refere-se ao custo para cumprir o contrato oferecendo as garantias previstas. Podem ser adotadas diversas formas: a caução, o seguro garantia ou papéis selecionados. 

MI- Margem de Incerteza: Deve ser levada em conta no cálculo do BDI apenas por empresas contratantes. Visa melhorar eventuais distorções no valor aproximado pelo cálculo estimado, devido ao seu caráter genérico adotado pelos contratantes. Geralmente varia de 5% a 10%. 

TM – Tributos Municipais: Leva-se em contra tributos municipais como o ISS. 

TE – Tributos Estaduais: Leva-se em contra tributos estaduais tais como o ICMS. 

TF – Tributos Federais: Leva-se em conta tributos federais tais como PIS, COFINS, IRPJ, CSLL e INSS. 

MBC – Margem Bruta de Contribuição (ou Lucro Bruto Previsto): A Margem Bruta de Contribuição é um valor aleatório, próprio de cada empresa ou da proposta de preços, e é baseado principalmente em função do mercado. 

Mas, para descomplicar e facilitar sua vida, temos esta sugestão para você: uma planilha de cálculo do BDI do Sienge Plataforma para baixar, gratuitamente.  

Organização dos custos da obra 

No levantamento dos custos da obra, eles costumam ser organizados da seguinte maneira: 

Custos de pré-obra: 

  • Despesas de logística: distância média de transporte, frete etc.; 
  • Custos pré-projeto: para elaboração dos projetos arquitetônicos, complementares, memoriais, marketing, corretagem, prospecção de clientes; 
  • Trâmites legais: licenciamentos, outorgas, alvarás etc.  

Custos de obra: 

  • Etapas construtivas: custos diretos ligados às etapas construtivas; 
  • Custos indiretos: que já foram referidos antes. 

Custos de pós-obra: 

  • Despesas de operação; 
  • Despesas de manutenção: para correção de possíveis falhas do empreendimento, até o encerramento da obra e o prazo da garantia contratual de materiais e mão de obra. 

Tipos de orçamentos 

Todo o trabalho do Engenheiro de Custos é consolidado nos diferentes tipos de orçamentos, correspondentes à evolução na concepção do empreendimento, que são os seguintes: 

1) Avaliação: 

Dá ao cliente a possibilidade – ou não – de viabilidade do empreendimento. 

  • Margem de erro: 20% a 30% (a mais ou a menos); 
  • Índices básicos que são levados em conta: 

– Área de construção 

Padrão de acabamento 

– Custo unitário básico ou custo referencial 

2) Estimativa: 

Realizada quando já se tem uma ideia da obra, dando uma estimativa mais aproximada do custo da obra. 

  • Margem de erro é menor: 15% a 30%. 
  • Índices elaborados: 
  • O anteprojeto já está elaborado; 
  • Preços unitários de referência já existentes; 
  • Índices físicos e financeiros de obras semelhantes estão disponíveis. 

3) Orçamento Expedito: 

  • Considera que já tenha o projeto executivo básico, com projeto arquitetônico resolvido; 
  • Margem de erro: de 10% a 15%; 
  • Elementos executivos: 
  • Projeto arquitetônico executivo; 
  • Especificações; 
  • Composições de preços genéricas; 
  • Preços de insumos de referência. 

4) Orçamento Detalhado 

  • Considera o Projeto Executivo Definitivo; 
  • Margem de erro: de 5% a 20%; 
  • Elementos executivos: 
  • Especificações e memoriais; 
  • Composições de preços e serviços específicos; 
  • Preços de insumos cotados. 

5) Orçamento Analítico: 

  • Considera os Projetos Executivos detalhados: nesta etapa, está tudo muito bem definido, todos os projetos e memoriais foram realizados; 
  • Margem de erro: 1% a 5%; 
  • Elementos executivos:  
  • Conforme orçamento detalhado; 
  • O planejamento começa a ser efetivado para definir equipamentos, número de pessoas, dimensão de refeitório, plano de admissões, demissões, legislação trabalhista etc. 
  • Plano de ataque: plano estratégico de execução da obra. 

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Orçamento e planejamento andam juntos 

Você já deve ter percebido que, realmente, orçamento e planejamento andam juntos e são inseparáveis. A Engenharia de Custos está presente em todas as suas etapas. 

Mas, além de um bom orçamento como base, o que mais é necessário para que uma obra seja bem planejada? 

Para começar, é fundamental que seu planejamento contenha informações muito bem detalhadas sobre todas as fases da obra. Também é imprescindível que todos os responsáveis pelo empreendimento tenham conhecimento delas. 

O engenheiro de custos, Diretor Executivo do Sienge eCustos e Diretor de operações do Gestor Obras, Gustavo Martins, ressalta que é muito é importante definir todas as atividades da obra, sem deixar NENHUM serviço para trás. Caso isto aconteça, a obra certamente sofrerá atrasos, adverte. 

Portanto, entre os pontos que devem estar especificados no seu planejamento estão: 

  • Cronograma de execução detalhado da obra; 
  • Cronograma físico-financeiro; 
  • Ferramentas e equipamentos que serão utilizados na obra; 
  • Necessidade de contratação de mão de obra e/ou terceirização; 
  • Licenciamento e regularização da obra; 
  • Planejamento do canteiro de obras; 
  • Projetos arquitetônico, estrutural, hidráulico, elétrico, ambiental, prevenção de incêndio etc.; 
  • Necessidade de financiamento. 

Fiscalização e monitoramento o tempo todo 

Também não pode faltar um bom controle das etapas dos serviços que estão sendo realizados, bem como a organização de toda a logística. Isto inclui, por exemplo, a organização do canteiro de obras, o fluxo de materiais, a proporção das instalações provisórias e a seleção de equipamentos de transporte. 

Finalmente, oriente seus gestores para que sigam à risca todo o planejamento até o fim da obra, fiscalizando e monitorando o tempo todo, diretamente no canteiro. E que todos estejam atentos e preparados para resolver possíveis imprevistos, mantendo a previsão do cronograma de execução. 

Disto também se ocupa a Engenharia de Custos, uma vez que o profissional da área analisa e monitora os projetos em andamento. Ele realiza visitas ao canteiro de obras para acompanhar a evolução do empreendimento e apontar os ajustes que sejam necessários.  

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Engenharia de Custos e obras públicas 

O engenheiro João Bosco Vieira da Silva apontou que falta usar melhor a Engenharia de Custos nas obras públicas do País. Segundo ele, isto evitaria tantos problemas com obras mal orçadas e que resultam inacabadas tantas vezes. 

Muitas empresas vencem licitações com preços muito baixos e depois recorrem aos conhecidos aditivos. É impossível uma obra já mal orçada pelo órgão público e reduzida pela empresa ganhadora em até 50% ser concluída dentro desse custo, afirma. 

Porém, com as técnicas da Engenharia de Custos, os órgãos públicos podem fazer uma estimativa de gastos com um grau de risco menor e assim fazer um bom uso do dinheiro público, defende. 

O engenheiro de custos deve assumir um posto mais importante dentro dos processos licitatórios e possuir autonomia na definição do preço de referência e composição do BDI (Lucro + Despesas indiretas), defende o autor do artigo. 

Profissionais de Engenharia de Custos 

Aldo Dórea Mattos, que aparece no vídeo no início deste texto, é um dos profissionais referência na área de Engenharia de Custos. Especialista internacional em Engenharia de Custos, é autor do livro “Como Preparar Orçamentos de Obras e Planejamento e Controle de Obras”, publicado pela Editora Pini. 

Assim como ele, há vários profissionais que merecem menção pelo trabalho relevante que desempenham. Por isso, destacamos, em especial: 

Institucionalmente, uma referência importante é o IBEC (Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos)

14 livros que todo profissional de Engenharia de Custos precisa ler  

Especificamente no assunto Engenharia de Custos, são diversas as metodologias inovadoras desenvolvidas. Mas as estimativas de custo dos novos empreendimentos continuam sendo feitas como sempre foram: por analogia simples, a famosa regra de três que aprendemos no antigo primário. Einstein já dizia que “Insanidade é fazer a mesma coisa repetidas vezes esperando resultados diferentes”. 

Então precisamos inventar novas formas de estimar os custos na Construção Civil? Não! O uso das proporções entre os elementos da edificação (como variáveis explicativas do custo) e dos modelos paramétricos utilizando regressão linear vem sendo proposto por diversos autores em todo o mundo. 

Mas são muito pouco adotados na prática do mercado imobiliário. 

Segue abaixo uma lista de livros de custos com estratégias já inventadas, apenas esperando quem as adote. E podem contribuir muito para a formação de quem pensa em fazer um curso de orçamento de obras ou uma pós-graduação em custos! 

São livros que abordam desde fundamentos até a aplicação prática e gerenciamento de projetos. Confira: 

1) “Orçamento e controle de preços de obras públicas”, André Pachioni Baeta  

Este livro tem como principal objetivo apresentar conceitos e técnicas relacionados com a elaboração e a auditoria do orçamento de obras públicas. 

Para quem vive no mundo das obras públicas, é bom entender como os auditores analisam orçamentos e os diferentes métodos de calcular supostos sobrepreço e superfaturamento. 

2) “Orçamento de obras em foco”, Roberto Sales Cardoso  

Você já ouviu falar do banco de dados Orse? Pois bem, Roberto Cardoso é o mentor desse sistema. 

O livro publicado pela editora Pini dedica um capítulo a cada etapa do orçamento de uma obra típica. Conta com bela didática, exemplos e considerações de quem é grande conhecedor de obras públicas. 

3) “Manual de custos rodoviários”, DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) 

Embora não seja propriamente um livro, esta é uma fonte preciosa de informação, principalmente para quem quer entender o processo de formação de preços de obras de infraestrutura. 

O Manual é voltado para a construção de estradas. No entanto, seu roteiro se aplica a qualquer tipo de obra. 

O título contém conceitos e uma metodologia de orçamentação muito bem fundamentada. Se você tem dúvidas sobre composição de custos, produtividade de equipes mecânicas, custo de canteiro de obras e mobilização/desmobilização, não hesite em consultar esse Manual. 

4) “Custo sem susto”, Cilene Marques Coelho e Luiz Henrique Ceotto  

Este livro é indicado a quem pretende chegar ao custo da obra através de estimativas paramétricas, seja em fase de estudo de viabilidade, seja para validação de orçamentos. 

Os autores, bastante experientes no mercado imobiliário, demonstram que é possível atingir, em pouco tempo, eficazes estimativas de custos paramétricos. Tudo isso com poucos dados e levando-se em conta históricos de consumos e custos das partes das edificações. 

5) Gerenciamento de obras – Boas práticas para melhoria da qualidade produtividade, Giulliano Polito  

Esse livro de fácil leitura tem um importante mérito. Ele convence qualquer leitor da importância do gerenciamento da obra. 

O autor aborda a aplicação de ferramentas de planejamento e controle, Lean Construction e gerenciamento da produção, entre outros tópicos. 

6) Planejamento e controle da produção para empresas de construção civil, Maurício Moreira e Silva Bernardes 

Esta publicação apresenta como funciona a técnica de Last Planner e o indicador PPC (Percentual da Programação Concluída). Ambos são aplicados na gestão diária da obra. Voltado originalmente para o mercado imobiliário, o livro contém assuntos que podem ser aplicados em qualquer setor da Construção Civil. 

7) A Meta, Eliyahu M. Goldratt e Jeff Fox  

Esta é uma dica para os profissionais se inspirarem. Não é um livro didático. Ele conta a história romanceada do gerente de uma fábrica que está prestes a ser fechada por mau desempenho. A partir da conversa com uma espécie de mentor, ele desenvolve um processo que mudará a forma de gerir a fábrica e salvar seu emprego. Leia, é muito bom! 

8) Building Economics for Architects, Thorbjoern Mann 

Este livro oferece uma introdução à economia aplicada à arquitetura, focando nas decisões econômicas que os profissionais enfrentam nas fases iniciais do projeto. Para engenheiros de custos, é uma leitura valiosa para entender como as escolhas de design impactam os custos e a viabilidade econômica dos empreendimentos.  

A publicação destaca como variáveis de projeto influenciam o desempenho econômico das construções, promovendo uma colaboração mais eficaz entre arquitetos e engenheiros de custos. 

9) Design and the Economic of Building, Ralph Morton  David Jaggar 

O livro explora a interseção entre design arquitetônico e viabilidade econômica, enfatizando a importância de decisões de projeto que considerem os custos desde o início. Para engenheiros de custos, oferece insights sobre como o design influencia os custos de construção e operação em projetos sustentáveis e economicamente viáveis. 

10) Pre-contract Studies -Third edition, Allan Ashworth 

Esta obra aborda o processo de desenvolvimento imobiliário com ênfase na análise financeira de projetos, considerando valores de desenvolvimento e custos de construção. É recomendado para engenheiros de custos que buscam entender aspectos como investimento de capital, fontes de financiamento, avaliação de dados financeiros, custos ao longo da vida útil e considerações de fluxo de caixa.  

11) Cost Studies of Buildings – Sixth edition, Allan Ashworth and Srinath Perera 

Este guia prático aborda o gerenciamento de custos durante as diferentes fases do processo de construção. Para engenheiros de custos, oferece métodos recomendados para análise de custos e controle pós-contrato, incorporando desenvolvimentos recentes como as Novas Regras de Medição do RICS, sustentabilidade e modelagem da informação da construção (BIM). 

12) Building Cost Planning for the Design Team – Third Edition,  Jim Smith, David Jagger, Peter Love, Oluwole Alfred Olatunje 

Este livro enfatiza a importância do planejamento de custos desde as fases iniciais do projeto, de forma colaborativa entre arquitetos, engenheiros e gerentes de projeto. Para engenheiros de custos, oferece estratégias para integrar considerações financeiras ao processo de design, visando otimizar recursos e garantir a viabilidade econômica dos empreendimentos. 

13) Building Design Cost Management, David Jagger, AndyRoss, Jim Smith & Peter Love. 

O livro aborda o desenvolvimento, aplicação e papel crucial do gerenciamento de custos de design desde a concepção até a conclusão de um projeto. É uma leitura valiosa para entender como as decisões de design impactam os custos e como gerenciar esses custos de forma eficaz ao longo do ciclo de vida do projeto. 

14) From Product Description to Cost. A pratical Approach. Volume 1. The Parametric Approach.Pierre Fo  

Este livro apresenta métodos para prever custos de forma paramétrica, discutindo suas vantagens e desvantagens com exemplos das indústrias mecânica, de software e de construção. Oferece técnicas matemáticas úteis para previsão de custos e introduz o julgamento necessário para auditar essas técnicas, tanto como processo quanto como ferramenta para gerar estimativas.  

Conclusão 

No post de hoje você conheceu mais a Engenharia de Custos. Afinal, é uma área fundamental para o sucesso dos negócios imobiliários. 

Então, você viu que para gerar um trabalho assertivo, o engenheiro de custos precisa dispor de sólidos conhecimentos sobre os materiais utilizados e os procedimentos empregados em cada etapa da construção. 

Aliás, mais além, o profissional deve estar sempre atualizado. Especialmente em relação às taxas provenientes de encargos sociais e do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que a construtora adota.  

Outro ponto essencial é o domínio de ferramentas específicas de engenharia de custos. Soluções como softwares de orçamento, ERPs voltados para a construção civil e plataformas com integração BIM são indispensáveis para realizar estimativas precisas, analisar cenários e controlar desvios ao longo do ciclo da obra. Mais do que apoiar, essas tecnologias são hoje aliadas estratégicas na busca por previsibilidade financeira, competitividade e eficiência na gestão dos recursos.