Vivemos em um mundo dinâmico onde os mercados estão em constante transformação e o excesso de informação muitas vezes acaba por nos confundir, não é mesmo? Diariamente somos bombardeados por dados e notícias e índices, como o INCC, IGPA e outros, onde precisamos tomar decisões rápidas.
Mas onde buscar informações confiáveis e como interpretá-las?
Vou te mostrar logo abaixo!
Por que é importante a tomada de decisão baseada em fatos e dados?
Conhecer os indicadores financeiros é um importante passo para a gestão da sua empresa. O conhecimento da situação econômica e financeira do mercado, através dos índices evita problemas futuros e auxilia em medidas corretivas.
O ambiente competitivo da construção civil exige planejamento e capacidade de se antecipar aos acontecimentos.
Falaremos sobre os índices utilizados no mercado da construção civil, e apresentaremos os mais utilizados pelas empresas desse segmento.
Quais são os índices podemos utilizar no mercado imobiliário?
Existem diversos índices, vamos citar alguns que são utilizados pela indústria da construção e que provavelmente você já ouviu falar:
CUB/M²
Custo Unitário Básico, é regulamentado pela Lei Federal 4.591. Tem como objetivo medir os custos básicos da cadeia da construção civil para fins de orçamento de obras. É base para contratação de serviços entre outras aplicações.
O CUB não pode ter a finalidade de reajuste de valores contratuais.
Sua abrangência é regional e de responsabilidade do Sinduscon.
Contudo existem outras instituições e empresas que coletam os dados de todos os Sinduscons e divulgam estes índices de forma prática, como a CBIC através do CUB e o Buildin.
INCC
O Índice Nacional da Construção Civil é um indicador econômico de responsabilidade da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Diferente do CUB é utilizado para correções de prestações de imóveis em construção e tem uma abrangência mais macroeconômica. Sua pesquisa é realizada em 7 cidades (Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Salvador, Porto Alegre).
O INCC é um dos índices que compõe o IGP (falaremos dele logo abaixo) e é disponibilizado através da plataforma da FGV.
Os principais Sinduscons do país também disponibilizam em seus sites.
IGP-DI
Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna – Índice utilizado como indicador macroeconômico, deflator de valores monetários e indexador de contratos. Avalia a evolução dos preços sem considerar os produtos exportados. É disponibilizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
IGP-M
Índice Geral de Preços – do Mercado – Índice utilizado para reajuste de índice dos preços de aluguel e contratos de energia elétrica. Mede a variação dos preços da construção civil (o INCC compõe este índice) e dos preços no mercado de atacado. É disponibilizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
IPCA
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – É utilizado pelo governo para medir a inflação e para estabelecer metas. Apura o custo para família com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.
ICST
Índice de Confiança da Construção – É uma pesquisa que gera mensalmente um conjunto de informações usadas no monitoramento e antecipação de tendências econômicas no setor. Aborda temas como acesso a crédito, absorção de mão de obra, nível atual de demanda e situação geral dos negócios. É composto por 13 perguntas direcionadas a atividade econômica da empresa.
Siga as pistas dos indicadores
Os índices têm muito a nos dizer, eles são como pistas e podem indicar uma hipótese de tendência do mercado ou podem explicar um momento de acordo com a combinação de uma série de fatores.
A queda ou aumento nas vendas de insumos, por exemplo, pode representar um aumento na atividade econômica na construção civil. A variação dos preços irá influenciar diretamente no INCC.
Por sua vez o INCC é um dos índices que compõem o IGP-M, utilizado nos reajustes de contratos de aluguéis.
Mais abaixo vamos mostrar um gráfico interativo que mostra a variação do IGP-M, INCC e IPCA.
Fatores que influenciam os índices
Na construção civil, temos inúmeros fatores que influenciam a variação dos índices, que vão desde a disponibilidade de crédito no mercado, preço dos insumos, confiança do consumidor e situação política.
Analisando o gráfico apresentado, podemos observar o ano 2017.
Para detalhar a variação dos índices, arraste ou determine uma data de ínicio e fim. O gráfico exibirá apenas as informações entre as datas selecionadas.
O indicador de confiança da indústria da construção começou a ser medido apenas em 2011 e informações anteriores a essa data não serão exibidos.
Quer colocar esse Gráfico Interativo no seu site? Copie o código abaixo:
Observe que o IGPM ficou negativo em abril, maio, junho e julho, acumulando uma queda por 4 meses seguidos. O INCC por sua vez ficou negativo em abril, influenciado pela deflação do grupo de Materiais, Equipamentos e Serviços, que compõe o INCC.
O que pode ter deflacionado os preços dos produtos?
Podemos analisar o Índice de Confiança da Construção (falaremos mais dele abaixo), onde de abril para maio houve uma queda na confiança, e por sua vez uma redução no consumo de insumos.
A notícia boa é que o índice nos meses seguintes acumulou quatro altas consecutivas. Segundo a FGV, a alta deste indicador aponta para uma melhora no segundo semestre para um cenário menos negativo para as empresas da indústria da construção civil.
Viram que seguindo algumas pistas, conseguimos compreender o mercado?
E de onde vem essas informações?
Existem renomados institutos como SIDRA IBGE, FGV, CBIC que fornecem dados e análises macroeconômicas e sindicatos como o Sinduscon que fornecem indicadores regionais que são disponibilizados periodicamente.
Vamos falar sobre alguns deles:
O Sidra possui informações atualizadas sobre estudos e pesquisas realizados pelo IBGE. Nele encontramos uma base com 33 pesquisas e 600 milhões de dados que são alimentados continuamente. Todas as informações são gratuitas.
A FGV IBRE fornece indicadores, índices de preços, cotações de moedas, taxas de juros e índice de ações. É necessário realizar um cadastro para pesquisar os dados.
Possui dados disponibilizados de forma gratuita, outros exigem o uma assinatura.
O Sinduscon por sua vez fornece apoio e informações regionais para a toda a cadeia da construção civil, como custos de materiais de construção, mão de obra, legislação, tecnologias entre outras informações importantes. Cada cidade ou região é representada por um Sinduscon.
Os Sinduscons disponibilizam o CUB da região, que são usados para reajuste de contratos.
A CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção reúne informações importantes do mercado imobiliário, indústria da construção.
Na CBIC é possível encontrar dados sobre os principais índices do mercado imobiliário.
Como interpretar todas essas informações?
Você não precisa estudar economia e nem mesmo entender sobre todos os índices que são utilizados no mercado imobiliário, embora seja importante um conhecimento básico.
As instituições que divulgam os índices fazem a análise e prospectam as tendências de mercado através de periódicos, com análises de economistas, cientistas financeiros e especialistas na área.
A FGV além de notícias, disponibiliza através de assinatura a revista Conjuntura Econômica, uma das mais tradicionais revistas de economia da Brasil. Traz reportagens e artigos sobre economia, macroeconomia, estatística .
As últimas 4 edições são apenas para assinantes, as edições anteriores estão abertas ao público.
O SEBRAE, realizou uma análise de tendência do mercado para a construção civil, prospectando os anos de 2016 a 2018, abordando aspectos econômicos e fatores políticos.
A CBIC disponibiliza em seu site o informativo “Economia em Perspectiva” com periodicidade semanal, elaborados pelo economista Luis Fernando Melo Mendes.
O informativo traz uma análise crítica dos principais temas da economia e é disponibilizado gratuitamente.
O mercado imobiliário em constante transformação
O mercado imobiliário não para, ele está em constante transformação e as empresas devem acompanhar as mudanças e fazer correções rápidas de planejamento quando necessário.
O acompanhamento dos índices e das informações disponibilizadas por instituições renomadas, como vimos acima, é essencial para um crescimento sustentável e para sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo.
Esperamos que tenha gostado e caso tenha uma sugestão de alguma instituição que não tenhamos mencionado aqui, por favor nos diga. E se gostou do post, compartilhe!