O posto de prédio mais alto de São Paulo foi atualizado recentemente. Desde setembro de 2022, o título passou a ser ostentado pelo Edifício Platina 220, localizado na Zona Leste da capital, que alcançou a impressionante marca de 172 metros de altura.
Essa conquista representa um marco importante na história da arquitetura e da engenharia civil da cidade, que já abriga alguns dos arranha-céus mais impressionantes do país.
Ao superar em apenas 2 metros o icônico Mirante do Vale, que ostentou o título por décadas, o Edifício Platina 220 se tornou o novo símbolo da grandiosidade e da inovação na construção civil paulistana.
Neste texto, vamos conhecer mais sobre a história e as características desse impressionante edifício, que já está mudando a paisagem urbana da cidade.
Qual é o prédio mais alto de São Paulo?
Com 172 m de altura, o prédio mais alto da cidade de São Paulo é o Edifício Platina 220. Empreendimento de uso misto, é composto por uma torre única com unidades residenciais, comerciais, corporativas e hoteleiras.
E onde fica o prédio mais alto de São Paulo? O Edifício Platina 220 fica no bairro do Tatuapé, na Zona Leste. A sua projeção ocupa um quarteirão de 6400 m² junto a um shopping-metrô e próximo à Radial Leste e à avenida Salim Farah Maluf, dois importantes eixos viários da região.
Quem construiu o edifício mais alto de São Paulo foi a Porte Engenharia e Urbanismo, construtora tradicional da região. Seu currículo inclui, entre outras obras, o Edifício Figueira Altos do Tatuapé. Inaugurado em 2021, é o residencial mais alto da capital, com 168 metros de altura, e o terceiro mais alto da cidade.
Apesar do título local, o Platina 220 ocupa apenas a 10ª posição entre os edifícios mais altos do Brasil. A lista é liderada pelo One Tower, em Balneário Camboriú (SC), com 290 metros de altura – ou seja, 118 metros mais do que o recordista paulistano. A cidade catarinense, aliás, abriga os três edifícios mais altos do Brasil.
Como é o prédio mais alto de São Paulo?
O edifício tem 46 pavimentos. Do 1º ao 11º andar, a torre se divide em um setor hoteleiro, com 190 unidades, e um setor residencial, com 80 apartamentos compactos de 35 m² a 57 m² com layouts flexíveis.
O setor comercial se estende do 11º ao 24º pavimento, com 195 salas de 26 m² a 96 m². O layout é flexível e é focado no público de profissionais liberais e pequenas empresas. Os andares mais altos, com vista privilegiada para o horizonte da Região Metropolitana, são destinados às lajes corporativas. São 50 unidades, com 250 m² (meia laje) ou 500 m² (laje inteira). No térreo, a construção foi entregue com espaço para 19 lojas. Ao todo, são 57 mil m² de área construída.
Segundo a construtora, 20 elevadores atendem à demanda por transporte vertical do empreendimento. O setor residencial conta com 2, o hotel tem 3, as unidades comerciais contam com 5 elevadores e as lajes corporativas, com 6. Outros 4 elevadores são de uso comum para toda a torre.
Números da construção do prédio mais alto de São Paulo
De acordo com a Porte Engenharia e Urbanismo, o edifício teve um consumo de materiais da ordem de:
- 900 toneladas de aço (cerca de 15% na fundação e 85% na torre)
- 300 m³ de concreto (cerca de 35% na fundação e 65% na torre)
- 000 blocos de concreto para alvenaria
- 000 m² de drywall
- 000 m² de revestimentos de fachada (porcelanato)
- 338 estacas hélice-contínua (49 delas recebendo as cargas do core estrutural de concreto)
A concretagem do bloco central de fundação, que recebe a carga central da torre, ocorreu em dois sábados seguidos. Na primeira etapa, a logística envolveu 60 betoneiras, e na segunda, 52, totalizando 112 caminhões. Três bombas-lança agilizaram a execução do serviço.
Curiosidades sobre a obra do prédio mais alto de São Paulo
Na etapa de projeto da estrutura, realizou-se um ensaio de túnel de vento para avaliar os efeitos das cargas horizontais sobre a edificação. Os modelos foram analisados nos laboratórios do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O objetivo era otimizar e confirmar o dimensionamento do projeto de estrutura, além de obter informações para o dimensionamento da caixilharia. Também se identificam os esforços de empuxo do vento, não contemplados em normas técnicas brasileiras, e se avaliaram a sensação de conforto dos pedestres no térreo.
O Platina 220 foi construído com fachadas ventiladas, em que a superfície do revestimento fica afastada das paredes de vedação. Isso cria um espaço por onde o ar circula e cria um “colchão” que reduz o aquecimento no interior da construção. O sistema empregou fixação com perfis metálicos, revestimento com peças de porcelanato com paginação planejada e acabamentos especiais em quinas, bordas e requadros.
Outro aspecto curioso do edifício foram os cuidados com a operação da grua, com 180 metros de altura. Ela demandou a solicitação de uma autorização especial ao Comando da Aeronáutica, pois a altura de trabalho se encontrava acima da cota permitida na região. Em dias de chuva e com ventos fortes, a operação também era paralisada por questões de segurança. Com isso, era comum um replanejamento logístico de entrega e distribuição dos materiais no canteiro.
Lista dos cinco prédios mais altos de São Paulo
Por seis décadas, um icônico edifício no Vale do Anhangabaú ocupou o posto de prédio mais alto de São Paulo. Mas hoje, esse título tem novo dono. Veja quais os edifícios mais altos de São Paulo hoje:
- Platina 220 – 172 m – Inaugurado em 2022
- Mirante do Vale – 170 m – Inaugurado em 1960
- Figueira Altos do Tatuapé – 168 m – Inaugurado em 2021
- Edifício Itália – 165 m – Inaugurado em 1965
- Edifício Altino Arantes – 161 m – Inaugurado em 1947
Mirante do Vale: o prédio mais alto de São Paulo por quase seis décadas
O Mirante do Vale é um edifício icônico de São Paulo, que deteve o título de edifício mais alto do Brasil por muitos anos, até ser superado pelo Millennium Palace em Balneário Camboriú, Santa Catarina, em 2014. Inaugurado em 1966, o Mirante do Vale foi projetado por Waldomiro Zarzur e Aron Kogan, e levou cerca de cinco anos para ser construído.
O nome “Mirante do Vale” se deve ao fato de que o prédio está localizado no Vale do Anhangabaú, uma importante região do centro da cidade de São Paulo. A torre tem 170 metros de altura e é composta por 51 andares. Dois subsolos são destinados a estacionamento.
Atualmente, o Mirante do Vale é um marco arquitetônico da cidade de São Paulo e um dos seus principais pontos turísticos. Além disso, o prédio também é famoso por ter um conjunto de antenas no topo, que faz com que ele seja ainda mais alto do que a sua estrutura principal.
Edifício Itália: o prédio mais alto de São Paulo por um breve período
Localizado na Avenida Ipiranga, número 344, o Edifício Itália, também conhecido como Circolo Italiano, foi o maior prédio de São Paulo por um breve período de tempo – sua inauguração ocorreu em 1965, cerca de um ano antes do Mirante do Vale.
Com 165 metros de altura a partir do nível da rua (151 metros no deck de observação), 46 andares e dezenove elevadores, é atualmente um marco da cidade. Por ser um dos maiores exemplos da arquitetura vertical brasileira, passou por trombamento do Patrimônio Histórico.
Um dos maiores destaques do edifício é o restaurante no seu topo, o Terraço Itália. Além de ser um dos mais famosos de São Paulo, oferece uma vista panorâmica de 360 graus da cidade, sendo um dos pontos turísticos mais importantes da capital paulista.
Edifício Altino Arantes, a “Torre do Banespa”: o prédio mais alto de São Paulo por duas décadas
Até a inauguração do Edifício Itália, o título de prédio mais alto de São Paulo era do edifício Altino Arantes, inaugurado em 1947. O projeto de Plínio Botelho do Amaral inspirado estilo no art déco do Empire State Building, em Nova Iorque, foi construído ao longo de oito anos pela empresa Camargo & Mesquita.
O prédio de 161,22 metros de altura sediou, originalmente, o Banco do Estado de São Paulo (Banespa), com o objetivo de proporcionar uma nova e maior morada para sua diretoria.
Na década de 1960, o edifício foi renomeado em homenagem a Altino Arantes, o primeiro presidente brasileiro do banco. Trinta anos mais tarde, algumas áreas do prédio passaram por um processo de tombamento do patrimônio histórico, como o hall, as galerias, a caixa forte, 5º e 6º andares e a torre. Em 2014, o edifício foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).
A caixa forte do edifício mantém as características originais, incluindo uma porta circular de 16 toneladas e 2 mil cofres de aluguel de vários tamanhos. O 5º andar, com decoração de lustres e lambris restaurados, é totalmente revestido em jacarandá paulista. O 6º andar foi restaurado em 1969 para abrigar a presidência do banco.
Edifício Martinelli: o primeiro arranha-céu de São Paulo
Em 1929, inaugurava-se o Edifício Martinelli, o primeiro arranha-céu da cidade de São Paulo. Obra de Giuseppe Martinelli, um imigrante italiano que chegou ao Brasil em 1889 com o objetivo de prosperar, pretendia superar a barreira dos 100 metros de altura. Marcava, assim, uma transição para a era dos arranha-céus na capital paulista. A obra começou em 1924, originalmente projetado para ter 12 andares. Ao longo da construção, o número de pavimentos passou para 14, depois 18 e, em 1928, chegou a 24 andares. A obra sofreu embargo, suspenso depois sob a condição de que não ultrapassasse o limite de segurança de 25 andares. Martinelli, no entanto, queria chegar aos 30 pavimentos – e o fez construindo sua nova residência no topo do prédio, com cinco andares. O prédio impressionava não só pelas dimensões como pela rica ornamentação e luxuoso acabamento. Atualmente, é um orgulho para a cidade de São Paulo.
Conclusão
Em conclusão, o Platina 220 é um edifício incrível que assume o posto de novo prédio mais alto de São Paulo. Destaca-se na paisagem do airro do Tatuapé, na Zona Leste, e renova a vocação paulista na construção de arranha-céus. Com seus 172 metros de altura, desbancou um ícone paulistano, o Mirante do Vale, que ostentou o recorde por quase seis décadas.
Além de sua altura, o Platina 220 também apresenta uma série de características notáveis que o tornam destaque da engenharia. Utilizou mais de 3.900 toneladas de aço e 32,3 mil m³ de concreto, e o dimensionamento de sua estruura contou com o apoio de análises de dois respeitados laboratórios de túnel de vento brasileiros.
O Platina 220 é o sucessor de uma série de marcos icônicos da arquitetura da cidade. Além do Mirante do Vale, carrega agora o legado de obras como o charmoso Edifício Itália, o imponente Edifício Altino Arantes e o pioneiro Edifício Martinelli.
Agora, aguardamos pelo próximo recorde: qual será o próximo prédio mais alto de São Paulo?