• A área de compras é fundamental para garantir a qualidade e o prazo dos insumos na construção
  • A qualificação e avaliação de fornecedores é essencial para garantir a qualidade dos materiais
  • A gestão integrada é importante para controlar as informações e a performance dos fornecedores.

A avaliação de fornecedores é um dos principais pilares para manter ritmo, qualidade e governança nas obras, garantindo que cada entrega siga os padrões definidos pela construtora. Já a qualificação de fornecedores complementa esse processo ao assegurar que somente empresas tecnicamente aptas, regulares e alinhadas às exigências do projeto entrem para a cadeia de suprimentos.

Quando esses dois mecanismos são estruturados de forma integrada, a gestão de fornecedores se torna um elemento estratégico capaz de reduzir riscos, evitar atrasos, elevar o desempenho do canteiro e fortalecer a competitividade da construtora ou incorporadora. 

Esse conjunto de práticas forma a governança que sustenta o ritmo acelerado das obras, promovendo previsibilidade, segurança e eficiência em todas as etapas do empreendimento. Ficou interessado neste assunto? Continue sua leitura.

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O que é avaliação e qualificação de fornecedores?

A gestão de fornecedores na Construção Civil começa pela clareza sobre dois processos complementares: avaliação de fornecedores e qualificação de fornecedores. Embora muitas vezes sejam tratados como sinônimos, cada um cumpre um papel específico dentro da estratégia de suprimentos. 

A qualificação de fornecedores ocorre antes da contratação e consiste em verificar se a empresa atende aos requisitos mínimos para fornecer materiais ou serviços. Envolve análise de documentação, capacidade técnica, conformidade legal, certificações, práticas ambientais e histórico no mercado. É uma etapa de filtro inicial que garante que apenas fornecedores aptos ingressem na cadeia de suprimentos.

A avaliação de fornecedores, por sua vez, acontece durante o relacionamento. Ela monitora continuamente o desempenho do fornecedor já contratado, considerando critérios como qualidade do material, cumprimento de prazos, atendimento, organização e aderência às especificações. Trata-se de um processo dinâmico, que acompanha a performance real no canteiro de obras e orienta decisões de permanência, melhoria ou descontinuidade.

Esses processos são críticos para construtoras e incorporadoras porque asseguram previsibilidade, reduzem riscos e fortalecem a governança nas operações. Sem uma qualificação consistente, a empresa pode contratar parceiros sem preparo técnico; sem avaliação contínua, perde visibilidade sobre a performance real e expõe a obra a atrasos, desperdícios, retrabalhos e falhas de compliance.

Por que investir em avaliação e qualificação é estratégico?

A avaliação de fornecedores e a qualificação de fornecedores formam a base de uma governança sólida, capaz de sustentar o andamento das obras com segurança, previsibilidade e conformidade. Ao monitorar critérios técnicos, legais e operacionais, a construtora reduz riscos relacionados a atrasos, não conformidades, problemas contratuais e falhas de documentação. 

Esses processos também fortalecem o compliance, já que ajudam a manter rastreabilidade, garantias e evidências necessárias para auditorias internas e externas.

Outro ponto essencial é o impacto direto na performance. Fornecedores qualificados e avaliados de forma contínua tendem a apresentar maior consistência em qualidade, atendimento e cumprimento de prazos, o que diminui desperdícios, reduz retrabalhos e aumenta a eficiência no canteiro. Com esse acompanhamento, a empresa identifica rapidamente desvios e pode agir com agilidade para corrigi-los.

A visão estratégica desse processo é reforçada por Ítalo Coutinho, CTO & CEO da Saletto Engenharia de Serviços: “Toda empresa precisa ter um procedimento para cadastro de fornecedor. Começa avaliando os históricos recentes de vendas, atendimento a prazos, certificações como ISO 9001, tudo isso com olhar de auditor. E a qualificação de um novo fornecedor é estratégica para os negócios da construtora, afinal, quem compra bem, vende bem.

Essa perspectiva evidencia que a escolha e o monitoramento de fornecedores influenciam diretamente o desempenho global da obra e a satisfação do cliente final. Quando a cadeia de fornecimento opera com qualidade, regularidade e alinhamento técnico, a construtora conquista mais previsibilidade e fortalece sua competitividade no mercado.

Como funciona o processo de avaliação de fornecedores?

A avaliação de fornecedores é um acompanhamento contínuo que permite medir o desempenho real das empresas que já fazem parte da cadeia de suprimentos. Esse monitoramento utiliza indicadores que refletem os critérios mais relevantes para a rotina da obra. Entre os principais estão:

  • qualidade;
  • prazo;
  • custo;
  • atendimento;
  • capacidade produtiva; e 
  • histórico de entregas. 

Esses parâmetros ajudam a identificar padrões, antecipar riscos e orientar decisões mais assertivas para novas contratações ou renovações.

Uma prática bastante utilizada pelas construtoras é a aplicação de notas periódicas, geralmente de 1 a 10, considerando itens como conformidade do material, pontualidade, organização, documentação e suporte técnico. Esse processo pode ser realizado pela equipe de suprimentos junto aos responsáveis pela obra, criando um ciclo de avaliação simples de acompanhar e fácil de comparar ao longo do tempo.

Na prática, como funciona?

Um exemplo bastante funcional é a rotina de visitas mensais, em que o engenheiro ou responsável técnico percorre o canteiro, registra o desempenho dos fornecedores em uma planilha da própria obra e atribui notas individuais.

Quando algum fornecedor possui desempenho inferior a 7, é aberto um plano de ação específico. Se o prazo de entrega não está adequado, por exemplo, o plano detalha ajustes necessários e combinações de melhoria. Na visita seguinte, a equipe compara o novo resultado com o mês anterior, verificando se houve evolução ou se é preciso intensificar o acompanhamento.

Esse modelo se torna ainda mais poderoso quando escalado com base em um histórico consolidado. Registrando indicadores como saving obtido nas negociações, número de cotações participadas, rejeições, ocorrências, prazos cumpridos e qualidade entregue, a construtora forma uma visão completa do comportamento do fornecedor ao longo do tempo. 

Com esses dados organizados, é possível identificar tendências, reconhecer parceiros de alta performance e agir rapidamente diante de fornecedores que apresentam riscos operacionais ou contratuais.

Qualificação de fornecedores: etapas e boas práticas

A qualificação de fornecedores antecede qualquer contratação e garante que apenas empresas estruturadas, regulares e tecnicamente preparadas entrem na cadeia de fornecimento. É um filtro estratégico que reduz riscos, aumenta a confiabilidade e fortalece a governança da construtora.

Para isso, a construtora costuma seguir um conjunto de critérios que combinam documentação, capacidade técnica e compliance. Nesse sentido, os elementos mais comuns são:

  • Documentação e regularidade fiscal: CNPJ, endereço, certidões obrigatórias, licenças e comprovação de que a empresa atende às exigências legais aplicáveis.
  • Certificações e evidências de qualidade: Verificação de certificados de produto, laudos de ensaios, participação em programas de qualidade e certificações como ISO 9001 ou PBQP-H. Em obras que seguem determinadas exigências, a ausência do PBQP-H impede até a cotação.
  • Capacidade técnica comprovada: Visitas a obras onde o fornecedor já atua, análise do desempenho do material ou serviço e entrevistas com engenheiros responsáveis. É comum observar desperdício, aplicabilidade, conformidade e condições de entrega.
  • Ensaios laboratoriais quando necessário: Especialmente em materiais críticos como blocos de concreto, argamassas e cerâmicas, cuja variabilidade impacta diretamente o desempenho da obra.
  • Compliance trabalhista e segurança: Para fornecedores de serviços, checagem de formalização da mão de obra, envio de fichas de funcionários, comprovação de encargos e atendimento às normas vigentes.

Quando esses critérios são aplicados corretamente, a construtora consegue estabelecer uma base segura para iniciar qualquer relacionamento comercial. A qualificação deixa claro o nível de maturidade técnica e operacional do fornecedor, reduzindo incertezas e fazendo uma espécie de “peneira” para que apenas parceiros preparados avancem para as etapas seguintes do processo de compras. 

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Peculiaridades do processo de qualificação

A qualificação de fornecedores envolve particularidades que vão além da etapa documental e exigem validação prática da capacidade técnica. Em obras do programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, é obrigatório que o fornecedor participe do PBQP-H. 

Como destaca Fabíola Amarilis Santos Barreto, gerente de suprimentos na construtora Ribeiro Caram: “Se a indústria não participa do programa, sequer é cotada.”

Outro ponto crítico é a verificação em campo. Dependendo do porte da construtora, técnicos visitam obras onde o fornecedor já atua. “O técnico vai até a obra e verifica o serviço em execução, inclusive entrevistando o engenheiro responsável para saber sobre a qualidade e aplicabilidade do material”, comenta Fabíola.

Nessas visitas, observam-se quesitos como desperdício, aplicabilidade e conformidade com o projeto. Materiais como blocos de concreto, argamassas e cerâmicas podem ser submetidos a ensaios laboratoriais, garantindo que atendam às exigências de desempenho. Já esquadrias metálicas podem dispensar ensaios quando há um consultor técnico responsável, que indica fornecedores com base em sua experiência.

Fornecedores iniciantes também exigem atenção. “É mais difícil que as grandes construtoras contratem um fornecedor que está estreando no mercado. É preciso que ele tenha, pelo menos, uma obra para comprovar sua capacidade técnica.” Nessas situações, visitas à fábrica ou acompanhamento das primeiras entregas são ainda mais importantes para validar a real capacidade do parceiro.

No caso de serviços, o foco recai sobre o compliance trabalhista. “Esse procedimento é realizado através de uma lista de documentos solicitada junto ao fornecedor.” A ausência de registro dos funcionários é um dos principais riscos, motivo pelo qual é essencial solicitar a ficha de todos os profissionais que entrarão na obra.

Com esses cuidados, a qualificação se torna um processo mais preciso, permitindo que a construtora reduza riscos e evite contratações inadequadas, de modo que cada fornecedor esteja realmente apto a atender às exigências do empreendimento.

Tecnologia como aliada na avaliação e qualificação

A transformação digital tem ampliado cada vez mais a capacidade das construtoras de acompanhar fornecedores com precisão. Quando a avaliação e a qualificação de fornecedores são realizadas em plataformas especializadas, o processo ganha ainda mais agilidade, transparência e organização.

A automatização permite centralizar dados antes dispersos, como notas mensais, certificados, laudos, ocorrências, prazos cumpridos, histórico de saving e participação em cotações. Esse registro forma um histórico consolidado que facilita comparar desempenhos, identificar desvios e fortalecer o compliance por meio dos dados. A redução de planilhas e preenchimentos manuais também diminui riscos de erro e simplifica auditorias.

Nesse cenário, ferramentas como o Sienge Construcompras se tornam ótimas opções. Esses sistemas são capazes de registrar avaliações, documentos, indicadores e ocorrências de maneira integrada e automática. A plataforma conecta obra e escritório, trazendo mais clareza, rastreabilidade e visão em tempo real de cada fornecedor. 

Assim, fica muito mais fácil para a equipe de gestão tomar decisões mais estratégicas, uma vez que compradores e engenheiros passam a atuar baseados em evidências e não apenas em percepções individuais.

Ou seja, o uso da tecnologia traz mais agilidade, governança e capacidade de escalar modelos de avaliação e qualificação que antes eram limitados por rotinas manuais. Dessa forma, é possível ter uma gestão de fornecedores mais eficiente, com controle ampliado e maior consistência na entrega das obras.

Conclusão

A verdade é que tanto a avaliação de fornecedores quanto a qualificação de fornecedores são responsáveis por sustentar o ritmo acelerado das obras e fortalecer a governança em toda a cadeia de suprimentos. 

Embora pareçam simples, são esses processos que permitem manter padrões de qualidade, garantir conformidade e assegurar que cada parceiro esteja alinhado às necessidades técnicas e operacionais da construtora. Assim, a obra ganha previsibilidade, enquanto a equipe de suprimentos trabalha com mais segurança e clareza sobre quem realmente entrega desempenho consistente.

A construção de uma boa carteira de fornecedores, que seja confiável, depende da combinação que vimos neste artigo: critérios bem definidos, acompanhamento contínuo e capacidade de identificar rapidamente possíveis problemas do parceiro, como desvios de prazo, qualidade ou documentação. 

A tecnologia tem desempenhado papel decisivo nesse avanço. Soluções integradas como o Sienge Construcompras facilitam a centralização de informações, a automação de registros e a consolidação de históricos completos de desempenho. Dessa forma, a equipe passa a ter acesso a dados qualificados, o que favorece decisões mais estratégicas e alinhadas ao planejamento da obra.

Esse movimento todo tem direcionado o setor para uma gestão mais eficiente, transparente e orientada por evidências. A adoção de processos estruturados e ferramentas digitais contribui diretamente para obras mais ágeis, seguras e bem executadas. Empresas que não entrarem “nessa onda” poderão ficar para trás.

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