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Planejamento de obras: principais elementos que você precisa considerar

Redação Sienge
Amanda Born
1 de dezembro de 2024
Planejamento de obras: principais elementos que você precisa considerar

Tempo estimado de leitura: 26 minutos

O planejamento de obras é o primeiro passo para a definição e organização do projeto. Nele, são definidas etapas e fases da obra, e a combinação de diversas atividades fundamentais, como orçamento, cronograma e o posterior controle das obras. Assim, podemos definir o planejamento de obra como um guia.

A partir de suas informações, é possível fazer estimativas, obter previsões e identificar impactos, além de ter uma visão geral do projeto. Para que todos esses benefícios sejam obtidos, no entanto, a construção do planejamento deve ser feita de forma estratégica por meio de alguns elementos específicos.

Neste artigo, vamos mostrar quais são, confira!

Salve esse conteúdo e leia quando quiser!

O que é o planejamento de obras? 

Planejamento de obras é um conceito que diz respeito ao levantamento de todas as atividades e prazos que devem ser realizados no projeto, antes, durante e depois da execução efetivamente.

O profissional de planejamento faz uma lista com essas tarefas, a relação de dependência entre elas, prazos para executar cada uma, quantos e quais profissionais serão necessários e os materiais. E tudo isso se traduz em um cronograma de obra.

Sem um planejamento detalhado, a obra tende a ser iniciada sem um direcionamento estratégico e organizado, o que pode levar a custos elevados e desnecessários, causando forte impacto no orçamento e até no prazo de entrega. Por isso, nenhuma obra deve começar sem ter um planejamento definido.

Os benefícios que o planejamento de obra oferece

A empresa, os profissionais e os clientes têm muito a ganhar com um planejamento de obra. Confira alguns dos benefícios:

  • permite que cada uma das etapas seja desenhada antecipadamente;
  • proporciona um estudo e a escolha das melhores tecnologias e metodologias para cada tipo de projeto;
  • aumenta a produtividade da equipe;
  • melhora a gestão do tempo e dos cronogramas;
  • os dados do planejamento permitem que um cálculo de mão de obra seja apurado;
  • otimiza o investimento em profissionais, equipamentos e recursos;
  • potencializa o resultado das entregas;
  • reduz os custos e o desperdício, mesmo diante de imprevistos;
  • aumenta a satisfação dos clientes.

Mesmo que alguma etapa não saia como planejado, o engenheiro consegue fazer ajustes para otimizar o planejamento e impedir que outros imprevistos atrapalhem as entregas.

Desafios de um planejamento de obra

Um dos maiores desafios na elaboração de um planejamento de obra é a conexão entre as informações. Depois que o planejamento e o cronograma são finalizados e a obra é iniciada, é preciso fazer o acompanhamento, certificando-se de que tudo está sendo executado dentro do planejado. Porém, a falta de integração de informações pode prejudicar o projeto.

Como o escritório e o canteiro de obras trabalham separadamente, falhas de comunicação ou atualização de status da obra podem acontecer frequentemente. Além disso, grandes períodos de tempo entre uma medição e outra podem prejudicar a visualização real do projeto. 

Assim, é fundamental pensar que o andamento da obra deve estar sempre conectado ao cronograma e ao planejamento, permitindo que as informações sejam disponibilizadas para todos em tempo real. Dessa forma, não importa onde os profissionais estarão, todos terão acesso às informações atualizadas e sabendo exatamente o que está acontecendo, e é possível tomar decisões mais estratégicas, de acordo com cada situação.

Problemas decorrentes de planejamento de obra inadequado

Quando fazemos uma visita rápida em uma obra, podemos ter a impressão de que tudo está ocorrendo da melhor forma possível e que aquela é uma das obras mais organizadas e bem gerenciadas que existem. 

Em alguns casos, isso pode ser totalmente verdade. Existem diversas empresas e consultores que fazem um excelente trabalho planejando e controlando a obra. Por outro lado, alguns sinais podem demonstrar que o cenário encontrado, na verdade, é diferente e a situação encontrada não reflete a realidade. 

A seguir, listamos alguns destes sintomas que devem despertar o alerta:

  • Cronograma da obra elaborado em Excel ou Project, ferramentas que apresentam difícil atualização e reprogramação.
  • Realização de revisões de planejamento sem regularidade ou em frequência inapropriada.
  • Acompanhamento da obra feito em diversas planilhas que não estão conectadas e são de difícil acesso para a equipe.
  • Equipe de obra sem previsão de como será a evolução do projeto nos próximos meses e até a entrega final, culminando em problemas para o setor responsável por vendas.
  • Equipe financeira com desafios para elaborar uma curva de desembolso adequada e confiável.
  • Serviços atrasados devido à falta da elaboração de um projeto ou falta de materiais necessários para a execução da obra
  • Realização de compras emergenciais pela equipe de suprimentos, com prazos e valores fora do previsto.
  • Necessidade de retrabalho em alguns serviços e aumento de custos de pós-obra.

Construtoras que apresentam esses sinais podem encontrar grandes desperdícios de material, mão de obra, tempo e dinheiro. De acordo com Roberto Pereira, professor do curso de MBA em Gestão de Projetos da FIAP – Faculdade de Informática e Administração Paulista, a principal causa que afeta negativamente o ciclo de vida de um empreendimento é o planejamento mal feito.

“Ele é crucial para o sucesso do empreendimento. Se as construtoras investissem mais em planejamento, elas reduziriam muito o custo de execução. Esse é um mote muito usado em gestão de projetos, mas que na prática não se aplica. Infelizmente, o usual é ver o planejamento sendo realizado às pressas e, no meio da execução do projeto, aparecem muitas situações que não haviam sido planejadas.”

“Um exemplo é o planejamento das aquisições, produtos e serviços que serão usados na construção. É comum na etapa de execução do projeto, ser preciso realizar novas aquisições que, infelizmente, resultam em atrasos na obra e gastos extras”, diz Pereira.

A adoção de boas práticas, no entanto, pode mudar completamente esse cenário, fazendo com que a empresa alcance bons resultados. E para desfrutar de todos os benefícios de um bom planejamento de obras, é fundamental ter uma boa estratégia. Sem ela, você pode acabar tendo um plano que não vai ajudar muito no cotidiano da obra.

Estratégia: o primeiro passo para um bom planejamento de obras

Para realizar um bom planejamento de obra, o primeiro passo deve ser olhar para a estratégia macro e compreender quais são os resultados esperados pela empresa.

Compreender os objetivos da empresa para seus empreendimentos permite esboçar e detalhar o ritmo da obra, os prazos de entrega, os possíveis pontos críticos e as soluções que vão permitir o cumprimento do plano.

Alguns exemplos de pontos que podem ser mapeados neste sentido são novos métodos construtivos que agilizem processos, quantidade de pessoas necessária para o avanço, quais equipamentos serão utilizados etc.

A construção de um planejamento de obra estratégico depende de elementos que são a base para o alinhamento das necessidades e expectativas do projeto, combinadas com a efetividade de cada ação. A seguir, você vai conferir quais são os elementos base para a criação de um planejamento de obras estratégico.

5 elementos que você deve considerar em seu planejamento de obra

Levantamento das atividades que serão realizadas

Para saber o tempo e os materiais que serão necessários em cada fase, primeiro é preciso levantar quais atividades serão realizadas naquele projeto. Essa identificação costuma ser feita por meio de uma EAP de planejamento (Estrutura Analítica do Projeto), que nada mais é do que uma lista de todas as atividades e subatividades que serão realizadas na obra.

Identificar essa estrutura permite que todo o projeto seja desmembrado em partes menores, e isso ajuda a organizar o que precisa ser feito e quando. Como a listagem é detalhada e pode englobar até mesmo a fase micro do projeto, a EAP permite aos gestores de obra identificar em tempo real o que está evoluindo bem, o que está faltando e como é possível corrigir. 

Lembrando que o nível de detalhamento da EAP do projeto deve ser compatível com a estrutura que a empresa tem disponível para fazer o acompanhamento da mesma. A EAP de planejamento deve permitir aos gestores entender o progresso do empreendimento, colocar o olho no que é mais importante em cada etapa.

Muitas vezes, uma EAP muito detalhada acaba demandando mais energia e dedicação da equipe para fazer um bom acompanhamento e controle, e acaba não fazendo sentido.

Definição de tempo médio de cada atividade

O sucesso de um planejamento de obra depende da elaboração correta das atividades e do tempo necessário em cada fase. A definição do tempo médio de cada atividade pode causar muitas falhas de planejamento, pois nem sempre o profissional tem conhecimento sobre essas informações. E não só isso, imprevistos podem impactar essa definição.

O ideal é que o planejamento seja desenvolvido com outros agentes importantes do projeto, como o engenheiro responsável, os empreiteiros e mestres de obras. Esses profissionais estão diariamente em campo e tem uma visão mais prática e real das necessidades e desafios do canteiro

Ter uma comunicação alinhada entre toda a equipe envolvida possibilita que esses cálculos de prazos sejam mais precisos, além de fazer com que todos assumam um compromisso com as metas estabelecidas.

Identificação de dependência entre as atividades

As atividades na obra dependem umas das outras, ou seja, não é possível fazer o reboco sem antes ter executado a alvenaria, por exemplo. Dessa forma, é preciso identificar qual é a relação de dependência entre as tarefas e criar uma hierarquia entre elas.

A hierarquia é uma sinalização de qual atividade vem antes ou depois que outra, qual depende obrigatoriamente da anterior, e assim por diante. Essas informações vão impactar diretamente no cronograma, que será construído com base nos prazos de entrega de cada atividade.

Desenvolvimento do cronograma de obras

As informações que foram listadas anteriormente serão utilizadas na construção do cronograma de obras. Nesta fase, deve-se definir quais são as atividades que serão realizadas e qual o tempo necessário para cada uma delas.

Junto ao cronograma, é possível listar quais materiais, projetos e equipamentos serão necessários em cada fase, possibilitando a criação também de um cronograma de médio prazo com as principais tarefas. Assim, o gestor de obras tem mais uma fonte de informação na hora de organizar suas tarefas diretamente no canteiro.

Atualmente o setor da construção civil já dispõe de algumas ferramentas de planejamento que possibilitam a digitalização de todo esse processo e a sua consequente facilitação. 

Contar com todas as informações centralizadas em uma ferramenta, onde toda a equipe pode ter acesso constante para saber como a obra está evoluindo e na qual os dados são atualizados de forma frequente pode ser uma forma inovadora de cuidar do seu cronograma.

Além disso, você consegue armazenar um histórico de todas as movimentações realizadas podendo extrair insights do que funcionou bem e o que não rodou de forma tão perfeita para melhorar ainda mais o seu planejamento em próximas oportunidades.

Nem tudo sairá como esperado

O que não está previsto no planejamento não pode ser justificativa para um possível atraso ou qualquer outro tipo de problema na obra. Diversos fatores podem ser listados na fase de planejamento como imprevistos que vão impactar o projeto.

É sempre importante lembrar de que não há problema em algo correr fora do planejado, o problema é demorar para identificar que isso está ocorrendo e, consequentemente, para agir de acordo com isso.

Ter uma visão geral do que pode surgir como empecilho no meio do processo é uma tarefa difícil, mas não impossível. Por meio de uma análise de projetos anteriores ou avaliação de comportamento climático é possível fazer previsões, por exemplo.

Como no caso de regiões onde o período de chuvas é determinado. Essa informação pode ser usada na construção do planejamento de modo a prever em que etapas da obra que, possivelmente, o avanço físico pode ser comprometido por essa condição climática. Além disso, é melhor trabalhar com um período de folga entre uma entrega e outra e adiantar a obra do que o contrário.

Tão importante quanto planejar a obra é acompanhá-la

É muito importante compreender que somente se basear em um bom planejamento inicial, mesmo que ele esteja realmente muito bem feito, não soluciona toda a obra.

Revisões periódicas deste plano inicial — em frequência a ser definida pela sua empresa — devem ser visando identificar os gargalos, pontos críticos e correções que devem ser feitas naquele desenho inicial para executar a obra da forma mais adequada possível ao cronograma.

Por meio do planejamento e controle de obras, a previsibilidade se destaca como principal ganho. É isso que permite à empresa ter uma visão futura do que pode acontecer com o projeto em algumas situações, contribuindo para evitar prejuízos.

Além disso, aplicar o planejamento e controle de obras determina os rumos do projeto. Se essas duas ações são executadas de forma efetiva, elas resultarão em sucesso. Caso contrário, o projeto poderá ter falhas e percalços incontornáveis e não será bem-sucedido. 

De acordo com Aldo Mattos, Engenheiro Civil e Diretor do Instituto Aldo Mattos, esses processos trazem inúmeros benefícios para a empresa, como, por exemplo: 

Conhecimento pleno sobre a obra

Para planejar e controlar a obra, é preciso estudar o método construtivo, todas as especificidades do projeto, identificar as principais fontes de gasto, verificar o período trabalhável em cada frente ou tipo de serviço. Isso implica na necessidade de conhecer a fundo o que se está planejando e o que deve ser controlado ao longo da execução, facilitando replanejamentos e adaptações, quando necessário. 

Detecção de situações desfavoráveis

A identificação de situações desfavoráveis e desconformidades com antecedência permitem a atuação preventiva e não reativa. Dessa forma, os impactos no custo e prazo da obra serão minimizados, e o quadro imprevisto não se torna irreversível. 

Agilidade nas decisões

Ao planejar e controlar a obra de forma eficaz, verifica-se o estado atual do andamento da obra e pode-se tomar decisões assertivas no nível operacional e no nível gerencial. Isso resulta em agilidade e flexibilidade para ajustar estratégias, realocar recursos e antecipar possíveis desafios, promovendo uma execução mais eficiente do projeto. 

Além disso, a capacidade de resposta a mudanças nas condições do ambiente de construção e a prontidão para lidar com imprevistos contribuem para a otimização do tempo e dos custos envolvidos, culminando em um processo mais ágil e adaptável.

Conexão com o orçamento

Definir os parâmetros dos índices existentes, quantificar a produtividade e dimensionar as equipes tanto no planejamento quanto no orçamento, possibilita a avaliação de discrepâncias e a identificação de oportunidades de aprimoramento. Desconsiderar as produtividades pelas quais os serviços foram orçados implica a ausência de um importante referencial de controle.

Otimização da alocação de recursos

Ao analisar o planejamento, o gerente da obra pode identificar as folgas ou ociosidades entre atividades e tomar decisões importantes, como reorganizar recursos, protelar a alocação de determinados equipamentos, realocar equipes etc. Ao entender as atividades que podem ter seu início postergado e em qual data se deve mobilizar certo recurso, consegue-se adiar atividades ou adiantá-las sem atrasar o prazo final da obra.  

Documentação e rastreabilidade

Manter um registro de todas as atividades realizadas na obra durante o planejamento e controle faz com que um histórico seja criado e possibilita o resgate de informações importantes para resolução de conflitos, realização de reivindicações ou demandas contratuais e até mesmo gerar aprendizado e inteligência para os próximos projetos. 

Como fazer o planejamento e controle de obras: passo a passo

Começar pode ser desafiador, mas como foi dito anteriormente, a elaboração de um planejamento de obra seguido do controle eficaz é o que diferencia a empresa no mercado e contribui para uma reputação impecável.

Veja a seguir o passo a passo para começar: 

  1. Construa uma Estrutura Analítica do Projeto: a EAP auxilia na divisão do projeto em partes menores e mais gerenciáveis, facilitando o entendimento e o controle do trabalho a ser realizado. 
  2. Elabore um orçamento e um cronograma: considerando os materiais, mão de obra, equipamentos, atividades e despesas gerais necessários, calcule os gastos em cada fase da obra e conecte-os diretamente ao cronograma e às datas para execução de cada etapa. Assim, é possível verificar o andamento e se está ocorrendo algum desvio de custos e prazos durante a execução.
  3. Compre materiais e contrate terceirizados: faça uma lista de compras com datas bem definidas pelo início das atividades a fim de evitar a geração de estoques desnecessários ou compras tardias de alto preço. O mesmo se aplica para a contratação de fornecedores e empreiteiros.
  4. Verifique as licenças e autorizações necessárias: certifique-se que a empresa possui todas as licenças e autorizações em dia para iniciar o processo construtivo, a fim de não ter atrasos, caso seja necessário obtê-las ao longo do processo construtivo. 
  5. Planeje a segurança dos trabalhadores: a segurança no trabalho é um tópico fundamental, já que acidentes nos canteiros da Construção Civil não são incomuns. Analise o cenário e os ambientes em que os profissionais estão envolvidos e faça um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Verifique se os equipamentos e diretrizes do projeto estão de acordo com o que consta na NR 18 e nas demais Normas Regulatórias da Construção Civil
  6. Monitore a qualidade: estabeleça procedimentos para verificação e garantia da qualidade dos materiais e do trabalho que está sendo executado.
  7. Realize o controle e elabore relatórios: implemente plataformas de monitoramento do andamento da obra, a fim de acompanhar o progresso em relação ao cronograma e ao orçamento. Plataformas digitais, por exemplo, permitem uma maior conexão entre o canteiro de obras e o escritório e também uma centralização de dados. Além disso, proporcionam a elaboração de relatórios de forma contínua, padronizada e rápida. 
  8. Reprograme, se necessário: Mesmo que o planejamento seja feito da melhor forma possível dentro do cenário da sua empresa, é importante ter em mente que algumas inconsistências e imprevistos sempre vão surgir. Por isso a revisão periódica e um replanejamento constante do cronograma são essenciais, garantindo que os ajustes necessários sejam feitos rapidamente e os impactos dos imprevistos sejam minimizados, possibilitando melhores tomadas de decisão.
  9. Documentação e aprendizados: ao encerrar a obra e entregar o empreendimento, garanta que todas as fases do projeto sejam concluídas conforme o planejado e forneça documentação completa do que foi executado. Além disso, elabore uma avaliação pós-obra para reter aprendizados e melhorar processos futuros, investindo em melhoria contínua e aperfeiçoamento.

Dicas extras: boas práticas a serem aplicadas

Após entender quais são os passos a serem seguidos para elaboração de processos de planejamento e controle de obras eficientes, reunimos mais algumas dicas valiosas: 

  • Crie uma rotina de reuniões, acompanhamento e revisão de planejamento, para que toda a equipe esteja alinhada em relação ao andamento do projeto. Assim, faltas podem ser percebidas, ociosidades evitadas e necessidades previstas. 
  • Mantenha um padrão de comunicação e atualização de todos sobre o status da obra visível para todos por meio da aplicação de Gestão à Vista.

Metodologias para o planejamento de obras 

Existem no mercado inúmeras metodologias para o planejamento e controle de obras. Essas práticas auxiliam no cumprimento dos objetivos determinados de maneira mais organizada. Como resultado, você, seu gestor e seus colaboradores conseguem trabalhar de maneira ainda mais produtiva.

Entre as metodologias mais utilizadas na Construção Civil estão:

PDCA

Uma ferramenta muito utilizada em diversos setores, incluindo na construção civil, para planejar e controlar obras é o ciclo PDCA. Essa ferramenta da qualidade permite controlar e gerenciar atividades, com o objetivo de solucionar problemas.

Sua aplicação consiste em 4 etapas:

  • P (Plan/Planejar): Estabelecer os objetivos e processos que serão necessários para gerar resultados;
  • D (Do/Fazer): Implementar esses objetivos e processos;
  • C (Check/Checar): controlar, medir e monitorar todas as etapas dos processos e objetivos;
  • A (Act/Agir): executar ações para promover a melhoria de desempenho dos processos.

A vantagem de utilizar essa metodologia no seu planejamento e controle de obras é que ele permite a atualização constante do projeto. Isso faz o plano acontecer, mostrando os ajustes que precisam ser feitos. Você vai seguir o objetivo determinado adequando-se às situações observadas na prática.

Gráfico de Gantt

O gráfico de Gantt é uma das ferramentas mais tradicionais e utilizadas no planejamento de obras. Por meio de barras horizontais, ele exibe o cronograma, permitindo visualizar claramente o início e o término de cada atividade. 

Essa representação gráfica facilita o acompanhamento das tarefas ao longo do tempo, ajudando a identificar a sequência e a duração de cada uma delas. 

O gráfico de Gantt é especialmente útil para obras sem atividades repetitivas. Já para projetos com processos mais cíclicos, no entanto, a Linha de Balanço pode ser uma alternativa mais indicada.

Linha de Balanço

A Linha de Balanço é uma técnica de planejamento e controle de prazo cujo princípio é organizar e planejar os locais da obra no tempo, favorecendo obras que têm padrões de repetição de serviços.

A obra deve ser dividida em unidades básicas que repetirão os mesmos processos em ritmos até o fim da construção. Entre as vantagens que esta técnica oferece para a sua construtora estão:

  • Aumento na produtividade pela redução de descontinuidade no trabalho;
  • Otimização dos empregos dos recursos;
  • Detecta falhas na produção;
  • Possibilita a programação da utilização de mão de obra, máquinas e equipamentos, prevendo possíveis contratações e compras;
  • Reduz a duração do projeto pela alocação racional dos recursos.

Aplicando a Linha de Balanço em seu planejamento de obras você prevê e analisa facilmente o ritmo de qualquer etapa. Isso pode garantir a conclusão do projeto dentro do prazo determinado.

Lean Construction

Esse conceito pode ser traduzido como “construção enxuta”. A metodologia Lean Construction tem como principal objetivo eliminar gastos desnecessários na obra, reduzindo desperdícios de recursos.

Um planejamento feito por meio deste método visa à produtividade máxima da equipe. Logo, eliminando reservas de mão de obra que poderiam ficar ociosas.

Mas, tome cuidado! Ao escolher essa ferramenta de trabalho, não exagere na redução de recursos, o que pode prejudicar a execução do seu projeto. É extremamente importante que todos estejam alinhados com a técnica de trabalho.

Vale a pena ressaltar: às vezes, cada metodologia se aplica melhor em diferentes tipos de projeto. Não se adeque somente a uma. Tente outras para saber se elas facilitam ainda mais o seu trabalho e o do seu gestor. 

O BIM 4D é outra opção muito utilizada nesse sentido, e falaremos mais sobre ele a seguir.

BIM 4D para planejamento e controle de obras

O uso do BIM 4D oferece uma simulação do cronograma integrado ao modelo de construção virtual da edificação (3D). No caso do planejamento e controle de execução de obras, este é um importante facilitador para trazer mais assertividade a cada etapa e a estratégia construtiva como um todo.

Ao estabelecer processos integrados em um sequência precisa, previsível e controlada por meio desta tecnologia, o canteiro de obras ganha eficiência em suas atividades diárias. Assim fica mais fácil para as equipes de planejamento e medição manter o cronograma, fazendo ajustes prévios para evitar atrasos e custos extras com obra parada e/ou retrabalho. 

Para ainda mais efetividade no planejamento e controle e ter, de fato, uma gestão estratégica da obra, o BIM pode e deve ser integrado a outras soluções que ampliem a capacidade de monitoramento e permitam ajustar a rotina do canteiro com previsibilidade, agilidade e mobilidade para o projeto e a equipe.

Benefícios de usar BIM 4D no planejamento de obras

Otimização do planejamento

Na fase de planejamento, o BIM 4D é utilizado para antecipar as análises que serão feitas da execução do projeto. Isso permitirá que o construtor consiga prever os riscos e desenvolver um planejamento das etapas construtivas. Além disso, outras vantagens são obtidas a partir do uso da modelagem, como:

  1. Permite que o planejamento da execução seja otimizado por meio da visualização de elementos/atividades conflitantes;
  2. Oferece detalhamento visual de cada atividade que vai ser executada em determinados períodos, como o controle semanal, através de fichas de pacotes de trabalho estratégicos;
  3. Facilita o entendimento do sequenciamento construtivo, que pode não ser totalmente claro em casos de empreendimentos complexos ou equipe de execução com pouca experiência.

Antes, porém, é necessário que o cronograma de execução seja elaborado em outra plataforma (como a Prevision), que permite que os dados sejam exportados e inseridos na ferramenta BIM 4D (como os softwares Navisworks Manage e Synchro). 

Além disso, os projetos do empreendimento devem ser elaborados conforme a metodologia BIM. Isso quer dizer que todas as disciplinas de projeto devem ser desenvolvidas em softwares de modelagem 3D e estar coordenadas e compatibilizadas em um modelo federado.

Modelo Federado das disciplinas de projeto BIM

Fonte: Otus Engenharia

Apoio à decisão 

A modelagem em 4D permite que a construtora teste diferentes cenários e avalie as melhores opções para cada um deles. Por isso, é considerada como uma ferramenta potente de apoio à decisão. Os processos se tornam mais seguros a partir do momento que os profissionais têm acesso a diferentes dados do projeto e da obra. 

Um bom exemplo é a definição do melhor método de execução da obra, com base na análise de seu custo. A construtora consegue fazer diferentes simulações, com objetivo de reduzir os desperdícios e rejeitos da obra, garantindo, assim, maior economia ao projeto. 

No decorrer do projeto, as simulações e informações inseridas vão amparar as futuras modificações. Caso um modelo de construção que pode influenciar negativamente nos prazos de conclusão seja adotado na obra, o planejamento e o cronograma podem ser remodelados. A modelagem 4D permite que o processo seja executado aos poucos, oferecendo uma previsibilidade maior de sua finalização.

Por que é essencial conectar o planejamento ao orçamento da obra?

No trabalho de orçamento da obra, são calculados os custos operacionais, os materiais necessários, mão de obra, equipamentos etc. Nessa fase, é preciso fazer a agregação de custo de cada atividade. Isso quer dizer estimar o custo para o pacote de trabalho que será realizado.

A agregação de custo serve para dar peso para os processos do cronograma, pois cada parte do projeto tem um custo e o valor previsto pode ser diferente do custo real. Então, se for necessário adequar futuramente o cronograma de obra, será fundamental ter um mapeamento sobre esses custos.

O valor previsto para o projeto, baseado no tempo de execução e nos recursos utilizados, pode ser acompanhado por meio de uma curva S. Essa ferramenta é especialmente útil para acompanhamento do valor agregado, identificação de tendências e previsibilidade do desempenho da obra.

O acompanhamento do valor agregado é uma excelente forma de conectar o planejamento de obra ao orçamento, e acompanhar o andamento da execução de tudo que foi planejado. Ele revela se o planejamento e o orçamento estão sendo efetivos ou se é necessário fazer alterações, isso quer dizer replanejar, tanto no cronograma quanto no desembolso financeiro.

Ponto de atenção: para que essa avaliação seja feita, o engenheiro precisa fazer o acompanhamento da obra, por meio da medição. Neste processo, a construtora vai até o canteiro de obra avaliar o que já está concluído, por meio da aferição de avanço do físico-financeiro.

Conclusão

O planejamento e de obras é uma atividade essencial para o sucesso dos empreendimentos na Construção Civil. Como foi mencionado ao longo do texto, a capacidade de prever, organizar e monitorar cada etapa do projeto não apenas evita desafios imprevistos, mas também proporciona benefícios tangíveis, como a otimização de recursos, a redução de custos e a entrega pontual das obras.

Empresas que investem nesse processo garantem sua sobrevivência no competitivo mercado da construção e também se destacam pela eficiência, organização e qualidade de suas entregas.

Agora, é possível que você queira saber mais sobre como começar a desenvolver um planejamento de obras mais eficiente nos projetos da sua construtora, certo? Se for esse o caso, confira o nosso kit gratuito “Planejamento de Obras: Da Teoria à Prática”. Nele você encontrará e-books, planilhas e modelos para elaborar um planejamento adaptado às suas necessidades. Aproveite!

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