A qualidade na execução dos serviços é, certamente, um dos pilares para o sucesso de qualquer obra. Evitar retrabalhos, reduzir custos, cumprir prazos e garantir a satisfação do cliente final exige controle rigoroso em todas as etapas. Nesse cenário, a Ficha de Verificação de Serviço (FVS) se destaca como uma das ferramentas mais importantes para a Gestão da Qualidade na Construção Civil.
A FVS funciona como um checklist que documenta a conformidade dos serviços com base em critérios objetivos, como dimensões, acabamentos, tolerâncias etc. Mais do que um simples formulário, ela é uma aliada estratégica para construtoras e incorporadoras que buscam eficiência, padronização e rastreabilidade nas suas obras.
Além de atender às exigências de programas como o PBQP-H e normas como a ISO 9001, a FVS ajuda no controle da execução, na medição dos serviços, na liberação de pagamentos e até na prevenção de patologias construtivas. Com o avanço da tecnologia, versões digitais da FVS vêm ganhando espaço, trazendo ainda mais agilidade e segurança para o processo.
Neste artigo, você vai entender em detalhes o que é a FVS, como utilizá-la corretamente, os riscos de um preenchimento inadequado e os benefícios de migrar para uma FVS digital. E no final do conteúdo, trazemos uma dica prática que pode facilitar — e muito — a criação e o uso das FVSs nas suas obras.
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O que é a Ficha de Verificação de Serviço – FVS?
A Ficha de Verificação de Serviço (FVS) é um documento utilizado para registrar e conferir a execução correta dos serviços em cada etapa de uma obra, com base em critérios específicos de qualidade.
É, basicamente, um checklist técnico que serve para avaliar dimensões, ângulos, aspectos visuais, possíveis defeitos e outros parâmetros fundamentais para garantir a conformidade com as Normas Técnicas e com o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H).
Embora o uso da FVS não seja obrigatório por lei, ela é considerada uma boa prática dentro da Gestão da Qualidade na Construção Civil. Empresas que buscam certificações como a ISO 9001 e o próprio PBQP-H utilizam esse recurso para demonstrar controle e monitoramento contínuos dos serviços.
Normalmente, o preenchimento da FVS é feito por membros da equipe da obra — como o estagiário ou técnico em edificações — e auditado por um profissional externo capacitado, como um consultor. Esse auditor deve conhecer bem os processos construtivos e ser capaz de identificar possíveis desvios ou não conformidades.
No contexto do PBQP-H, a FVS atua como um instrumento essencial para garantir que os serviços executados estejam de acordo com os padrões exigidos. Ela ajuda a padronizar os procedimentos, reduzir retrabalhos e aumentar a confiança nos processos, tornando-se uma aliada importante na busca por eficiência, qualidade e segurança nas obras.
A FVS e o PBQP-H
O PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) é uma iniciativa do Governo Federal que visa melhorar a qualidade das moradias e modernizar o setor da Construção Civil. Ele surgiu como compromisso internacional do Brasil junto à ONU-Habitat e tem como foco a melhoria do habitat urbano e a produtividade da construção.
Um dos pilares do PBQP-H é o SiAC (Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras), que avalia os sistemas de gestão da qualidade das empresas com base nas normas ISO 9000. Dentro desse sistema, a FVS tem papel fundamental: o PBQP-H recomenda o controle de pelo menos 25 serviços por meio de FVSs específicas, que devem ser revisadas por mais de um profissional antes da liberação da próxima etapa da obra.
Portanto, essas fichas são indispensáveis para o controle da qualidade, pois garantem que cada etapa seja executada e aprovada antes do avanço do cronograma. Com versões impressas ou eletrônicas — desde planilhas simples até sistemas mais modernos, as FVSs tornam o processo de inspeção mais preciso, documentado e eficiente.
Além disso, o PBQP-H é um diferencial competitivo. Ele é exigido por órgãos como a Caixa Econômica Federal em financiamentos habitacionais, como o programa Minha Casa, Minha Vida, e por diversos editais públicos estaduais e municipais.
Importância da FVS na Construção Civil
A adoção da Ficha de Verificação de Serviço (FVS) permite uma série de benefícios práticos e estratégicos para construtoras e incorporadoras, indo além do simples registro de conformidade técnica.
Um dos principais ganhos é a identificação precoce de irregularidades durante a execução dos serviços. Com isso, evita-se que erros se propaguem para as etapas seguintes da obra, o que reduz significativamente retrabalhos, atrasos e custos extras.
Além disso, o preenchimento constante da FVS fornece uma base de dados robusta para análise, permitindo tomadas de decisão mais rápidas e embasadas. Gestores conseguem visualizar desvios e acompanhar o andamento real da obra em relação ao planejado.
Outro ponto relevante é o controle de qualidade dos fornecedores. Como a FVS acompanha os serviços entregues, ela oferece subsídios para avaliar o desempenho de parceiros e, se necessário, realizar manutenções, substituições ou renegociações contratuais.
Segundo Thiago de Lima Ramos, Analista de Qualidade na Racional Engenharia, a FVS é uma ferramenta de “retroalimentação do processo de qualidade”, pois seus dados ajudam justamente a prever problemas de desempenho, patologias e até redução da vida útil de sistemas construtivos.
Por que integrar a FVS à medição da obra
Além de assegurar a qualidade e a conformidade dos serviços executados, a Ficha de Verificação de Serviço (FVS) também exerce um papel fundamental no controle financeiro da obra, especialmente no processo de medição. Por meio do preenchimento correto das FVSs, é possível registrar os serviços realmente entregues e liberar os pagamentos de forma segura e criteriosa.
Não raro, a construtora paga por serviços que não foram totalmente entregues. Ao final de muitos meses consecutivos, com os atrasos se acumulando, fornecedores podem chegar a ‘dever’ pavimentos inteiros. Com isso, o prazo contratual da obra pode acabar e o risco do serviço pago não ser entregue é alto.
Para mitigar riscos, muitas construtoras adotam a retenção técnica, segurando geralmente 5% do valor do contrato até a entrega final. No entanto, se as medições não estiverem alinhadas com as FVSs, o valor do prejuízo pode ser até superior ao da retenção técnica.
Por isso, cada contrato deve especificar o escopo do serviço, a unidade de medida, a quantidade e o valor. A medição é feita com base nessas informações e na verificação física do que foi executado, utilizando a FVS como referência técnica.
Na hora de liberar o pagamento, a Ficha de Verificação de Serviço é analisada e apenas o que foi entregue em conformidade deve ser pago, evitando o pagamento de serviços que não foram realizados ou que foram executados incorretamente. Todos os serviços que forem reprovados devem ser catalogados e refeitos antes de serem pagos.
Então, integrar a FVS ao processo de medição é muito importante para evitar pagamentos indevidos, organizar os fluxos financeiros da obra e garantir que apenas serviços executados com qualidade sejam remunerados, protegendo o orçamento e a reputação da empresa.
FVS insuficiente: os riscos para a qualidade da obra
Se a FVS não apresentar as informações necessárias para a gestão da qualidade da obra, crescem os riscos de patologias, não conformidades e reclamações dos clientes após a entrega. Todos esses problemas geram gastos adicionais e problemas de imagem para a construtora.
Gastos adicionais também podem ser provocados pelo emprego de insumos, componentes, equipamentos e serviços com desempenho inferior ao esperado, o que acarreta desperdício e retrabalho.
As verificações, portanto, não podem ser apenas visuais, devendo sempre ser complementadas por medições objetivas de itens quantificáveis em cada etapa.
São muito frequentes os problemas com o preenchimento não padronizado das FVS. Fichas em papel que não contenham os campos necessários para a inspeção ou que permitam uma alimentação de dados muito extensa e não objetiva levam, em geral, a dados não compiláveis e à perda de qualidade na documentação de cada fase.
É importante que cada serviço tenha itens pré-definidos nas fichas, que possam ser objetivamente preenchidos e tenham fácil entendimento entre todos os envolvidos na gestão de qualidade.
Diante desses desafios, fica claro que a padronização, a objetividade e o controle digital são fundamentais para garantir a eficácia das FVSs. Para garantir os benefícios esperados, a ficha precisa contemplar todas as informações necessárias para a análise, e é sobre isso que veremos a seguir.
O que uma FVS precisa ter?
Uma FVS deve compreender, de forma clara e objetiva:
- Todos os serviços que precisam ser realizados;
- Os detalhes do projeto;
- Os critérios de aceitação ou reprovação de um serviço;
- Os responsáveis por cada serviço;
- Os desvios mais críticos que podem precisar de um plano de ação estratégico;
- Os equipamentos necessários de medição;
- As etapas de liberação dentro de cada tarefa;
- Entre outras informações consideradas importantes pela gestão..
A quantidade de informações é grande, o que pode dificultar um processo manual. A boa notícia é que já existem formas mais modernas para realizar esse processo com muito mais agilidade e precisão.
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FVS digital
A adoção da Ficha de Verificação de Serviço (FVS) em formato digital é um grande avanço na gestão da qualidade. Além de reduzir o uso de papel e contribuir com a sustentabilidade, a digitalização melhora significativamente o controle dos serviços.
Com plataformas como o Sienge Construpoint, por exemplo, é possível preencher as FVSs usando celulares ou tablets, mesmo sem acesso à internet — o que evita atrasos e garante a continuidade das inspeções no canteiro (veja como fazer isso a seguir).
Entre os principais benefícios dessa digitalização, estão:
- Acesso remoto às fichas;
- Anexos com fotos e vídeos das não conformidades;
- Organização facilitada;
- Preparação mais eficiente para auditorias;
- Eliminação de problemas com fichas extraviadas ou danificadas;
- Alterações em modelos de ficha feitas e homologadas em minutos.
A FVS digital também potencializa o entrosamento entre os times de engenharia, suprimentos e qualidade. Os relatórios, gerados com um clique, permitem apresentar nas negociações o histórico de não conformidades de cada empreiteiro, o que fortalece a tomada de decisão e promove melhorias nos processos.
Outro diferencial é a integração com o cronograma físico da obra: liberações parciais e aceites de serviços atualizam automaticamente o andamento do projeto, oferecendo à equipe e à diretoria uma visão clara e atualizada da execução.
Como a FVS é feita no Sienge Construpoint
A implantação da Ficha de Verificação de Serviço (FVS) no Sienge Construpoint é simples, prática e altamente eficiente. A plataforma oferece um modelo digital de FVS totalmente personalizável, adaptando-se às características e exigências de cada obra.
O processo começa com a personalização da ficha, onde são definidos os critérios que serão avaliados em cada serviço: dimensões, tolerâncias, acabamentos e outros parâmetros técnicos. Cada etapa da obra pode ter sua própria FVS, o que traz um controle ainda mais preciso e específico.
Durante a execução, a equipe de campo pode utilizar tablets ou smartphones para preencher as fichas diretamente no canteiro. Mesmo sem internet, já que o sistema permite o trabalho offline, sincronizando os dados automaticamente assim que houver conexão.
As informações registradas são então enviadas à equipe de gestão, que pode acompanhar e analisar os dados em tempo real. Isso permite decisões ágeis — como a liberação de serviços ou a solicitação de ajustes — com base em evidências concretas.
Outro grande diferencial é a geração automática de relatórios e indicadores, que consolidam os dados das FVSs, proporcionando uma visão completa do andamento da obra e facilitando a identificação de gargalos ou padrões de não conformidade.
Além da agilidade e do controle técnico, a FVS digital no Sienge Construpoint também oferece armazenamento seguro e acessível, reduz o impacto ambiental da sua empresa com a eliminação do papel e melhora a comunicação entre os times da obra e da gestão.
Dessa forma, a construtora ganha mais eficiência, qualidade e segurança em todas as etapas da obra — do planejamento à entrega final.
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